Thursday, December 28, 2006

Salvador da Bahia - Cidade partida

Cidade partida

Com a pior concentração de renda do país, RMS combina a qualidade de
vida da Noruega e da África do Sul- Leia matéria completa em:

Aqui Salvador, Correio da Bahia, 28.12.2006

Tuesday, December 26, 2006

Muniz Sodré: questão racial deve ser vista sem subterfúgios

Está matéria foi enviada a você por: Fátima Oliveira/fatimao@medicina.ufmg.br
Comentário:


Abaixo o texto enviado:

Em Cima da Mídia -
Muniz Sodré: questão racial deve ser vista sem subterfúgios

O professor da Escola de Comunicação da UFRJ Muniz Sodré, presidente da Biblioteca Nacional, diz que o Brasil não é dividido por linhas raciais, mas afirma que existe um mal-estar da raça, que não é um problema brasileiro, mas da civilização do Ocidente, onde se trabalha bem com razão e sentido, categorias ligadas à escrita, mas se trabalha mal com a questão do território: o território da pele clara precisaria ser preservado de uma invasão por pessoas de pele escura. Muniz Sodré pede que a questão racial seja vista de frente na mídia, sem subterfúgios:

- Quando a questão racial é levantada, imediatamente se forma uma reação, em jornais, que não é aberta, mas consiste em dizer "Meu Deus, que conversa é essa, é um papo racista dizer que tem separação entre negros e brancos no Brasil". Tem separação. Não tem é segregação, como houve na África do Sul e nos Estados Unidos.

Eis a entrevista do presidente da Biblioteca Nacional.

Qual é sua percepção da emergência recente da questão do negro no Brasil?

Muniz Sodré - Os sociólogos, os antropólogos, os analistas da sociedade brasileira, de modo geral, sempre levantaram que a grande questão social do Brasil é a terra. E realmente a terra, desde o início do século, tem mobilizado o pensamento social, tem ensejado movimentos de protesto. Mas de quinze anos para cá a questão racial se tornou também uma questão social de primeiro plano. Não porque o país seja dividido por questões raciais. Eu realmente não acredito, e estou de acordo com os que dizem isso. Mas a raça é um mal-estar. Ela causa mal-estar porque nunca foi resolvida, efetivamente, em lugar nenhum. Os Estados Unidos, por exemplo, guetificaram a questão da raça. Os negros adquiriram direitos, mas eles estão "em seu lugar". Mas os imigrantes, também. O grego está ali, é uma sociedade quadricularizada. Cada um com direitos, mas divididos, separados.

Qual seria a peculiaridade brasileira?

M.S. - O que sempre se falou e se elogiou aqui no Brasil é que não havia essa divisão, por causa da miscigenação. Mas a miscigenação, que é biológica, portanto é o cruzamento de fenotipias diferentes, de gente de cor diferente, não significa necessariamente o entrecruzamento cultural. Existe até a miscigenação de culturas, existe um sincretismo cultural. Mas esse sincretismo do fenômeno cultural não é o sincretismo das cores na pele. Porque a cor da pele é um mal-estar para a civilização do Ocidente, não é apenas do Brasil.

Em que o Ocidente avançou e onde se deteve?

M.S. - Todo o pensamento filosófico sofisticado, o pensamento alemão, europeu, de respeito à diferença, fala de um respeito intelectual. Diz assim: Eu admito o outro, o negro, o índio, admito o diferente de mim, e eu tenho que respeitá-lo, mas ele diz conceitualmente. O problema é quando o diferente se aproxima. É uma coisa mais prática, mais comezinha.

Todo o ódio racista, em países como a Alemanha, ou quando aparece em outros países europeus, não é pelo diferente, em si mesmo. É pela multiplicação desses diferentes se aproximando. O problema com os turcos: é porque tem muito turco. E não é nem porque dispute o mercado de trabalho. Só na cabeça do racista é que disputa o mercado de trabalho. Em geral eles realizam tarefas subalternas, que os próprios nacionais não querem fazer. O problema é a multiplicação dessa outra cor, dessa cor escura, que imaginariamente divide o lugar de onde o sujeito fala. E esse mal-estar não é muito bem resolvido porque o Ocidente pode pensar bem a razão, o sentido, que são categorias no Ocidente ligadas à escrita, mas pensa mal a questão do território, pensa mal a questão da proximidade. Só entende território como fronteiras, quando os territórios não são apenas físicos nem se definem apenas por fronteiras. Os territórios podem ser também emocionais, corporais. É a territorialidade da cor branca, da pele branca, que tem um problema com a territorialidade da outra cor.

Não dá para trabalhar apenas com conceitos socioeconômicos.

M.S. - Reduzir essa questão cultural funda da diferença a classe social, portanto a questão econômica, é não querer efetivamente enxergar o fenômeno, é não querer ver a profundidade do fenômeno. Por isso eu acho que, se está biologicamente provado, e está, realmente está, que a raça não existe, a única raça existente é a raça humana, a espécie humana é única - existem raças diferentes de cachorros, de animais, mas de gente só tem uma -, as cores são diferentes, a coloração da pele é diferente. Porque, dependendo do clima de onde cada um ficava, cada um precisava de maiores doses de melanina para se defender das radiações ultravioleta do sol. Quem tem menos melanina é branco, é claro, quem tem mais melanina é negro. A raça é única. Então, não há raça. Mas o que eu digo é o seguinte: se não há raça, existe a relação racial. É uma relação social construída por aqueles que vivem no imaginário de que as raças existem e de que cada raça tem características, uma pode ser superior às outras. Essa relação racial atravessa também a sociedade brasileira. E ela não pode ser tocada com argumentos econômicos, nem com argumentos puramente sociológicos, porque ela envolve a totalidade do existir. Ela é psicológica, é psíquica, portanto, é inconsciente, e também é, claro, econômica, social.

E no fundo a diferença de cor é uma vantagem patrimonial, num país patrimonialista. Aquele que já nasce com uma cor clara pode ser pobre, mas ele tem uma vantagem patrimonial, porque sabe que não será excluído por aquilo. É o descendente de africanos, descendente de escravos, são os afro-descendentes que carregam, além da condição de cidadania de segunda classe, essa dificuldade inerente à própria cor, que só pode saber, às vezes, ou quem tem empatia, simpatia, ou quem tem aquela cor. Para quem está de fora é difícil saber, porque as fronteiras do preconceito são sutis, são tênues.

Em que terreno deve ser travada a luta contra a desvalorização do negro?

M.S. - Esse problema tem que ser enfrentado não com partido político. Não adianta para isso. Nem com radicalismos, que também não adiantam. Nem com guerra, nem enfrentamento de ódios, é realmente uma divisão pela raça que nós devemos afastar da sociedade brasileira. Não é esse tipo de enfrentamento. Mas nós devemos olhar de frente a questão. Reconhecer que ela existe, que ela é real. E só assim podemos contribuir para superá-la.

De que maneira?

M.S. - Eu diria que com instrumentos da própria cultura do povo, o amor, a alegria, a ironia objetiva e coletiva das massas, e com políticas culturais de valorização do que vem da cultura negra, que ajudou a construir este país. É daí, é a partir dessas raízes que nós podemos dar fio terra para as antenas de aproximação real das diferenças, e não aproximação na cabeça, no livro, não aproximação puramente intelectual, não aproximação de papel.

Como o senhor vê o tratamento dado à questão na mídia?

M.S. - Quando a questão racial é levantada, imediatamente se forma uma reação, em jornais, que não é aberta, mas consiste em dizer "Meu Deus, que conversa é essa, é um papo racista dizer que tem separação entre negros e brancos no Brasil". Tem separação. Não tem segregação. Não tem, como tinha o apartheid africano, ou a segregação como houve nos Estados Unidos, mas existe uma separação dominadora em que aquele que tem o patrimônio da pele clara considera a pele clara como se fosse o paradigma por excelência do ser humano. Isso só pode ser vencido, só pode ser ultrapassado culturalmente. Cultura, eu digo, visceralmente, fundo, incluindo o trabalho psíquico, o trabalho psicológico, e o trabalho educacional.

Ver também "A imprensa diante de um novo fato social".

Blog Em Cima da Mídia de Mauro Malin em 26/12/2006
URL do BLOG :www.observatoriodaimprensa.com.br/blogs/blogs.asp?id_blog=4
URL do post: www.observatoriodaimprensa.com.br/blogs/blogs.asp?id_blog=4&id_ident={1211B1D1-1834-4487-BB70-88863FC6EABC}

Monday, December 25, 2006

Morreu James Brown, o Rei da Soul Music



Morreu hoje, 25 de dezembro, o Rei da Soul Music,
James Brown, o Rebelde!!!

Y0!!!, James Brown!!!
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Morre aos 73 anos James Brown, o 'pai do soul'




Foto Divulgação

EUA - Considerado o "pai do soul", o cantor norte-americano James Brown morreu na madrugada desta segunda-feira, aos 73 anos, em Atlanta, Estados Unidos, informou seu agente Frank Copsidas, da Intrigue Music.

O músico estava internado no Emory Crawford Long Hospital com pneumonia. O amigo Charles Bobbit estava ao lado de Brown no momento da morte, às 1h45.

Leia matéria completa em...

O Dia Online, 26.12.2006

Sunday, December 24, 2006

Nota à Imprensa - Sivuca


Nota à Imprensa

É com pesar que comunicamos o falecimento do sanfoneiro Sivuca, 76 anos, ocorrido à meia-noite desta sexta-feira (15/12), em João Pessoa, Paraíba, onde morou nos últimos três anos, tentando se recuperar de um câncer linfático.


Nascido em Itabaiana, interior da Paraíba, em 26 de maio de 1930, Severino Dias de Oliveira começou a tocar sanfona aos nove anos de idade como alternativa de sobrevivência, já que, por ser albino, não podia trabalhar na lavoura junto com a família.

Multi-instrumentist a, compositor, arranjador e orquestrador, Sivuca é considerado um dos maiores músicos do século, no Brasil e no mundo. Participou do movimento negro nos Estados Unidos na década de 70, ao lado de Miriam Makeba e Oscar Brown, com quem fez turnê por toda a Europa e África. Nas décadas de 80 e 90, fez arranjos e tocou em orquestras sinfônicas no Brasil, Noruega, Escócia e Dinamarca, países onde também é referência obrigatória para os sanfoneiros.

Sivuca deixa uma filha única, Flavia Barreto, e três netos. Socióloga, atualmente, Flavia coordena o Projeto Sivuca, produção de uma biografia do pai em livro, CD e DVD. O enterro aconteceu às 18h de hoje em João Pessoa (Pb).

Assessoria de Imprensa Projeto SIVUCA

Claudia Goes
(21) 9143-1596
Fernando Gasparini
(21) 9535-8204

Saturday, December 23, 2006

Cliente do Itaú é morto por segurança dentro de agência


Foto: Agencia Globo
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Rio - O que era para ser uma simples ida ao banco terminou em tragédia para o microempresário Jonas Eduardo Santos de Souza, 34 anos, no início da tarde. Ele foi morto com um tiro no peito disparado por Natalício de Souza Marins, segurança do Itaú da Rua Nilo Peçanha, no Centro, do qual a vítima era cliente há pelo menos 10 anos. O vigilante atirou em Jonas durante discussão que começou porque o microempresário ficou preso na porta giratória. Natalício foi levado à 5ª DP (Lapa), onde depôs e foi liberado. Ele responderá por homicídio doloso, mas aguardará o julgamento em liberdade.

Segundo o depoimento do vigia e de três funcionários do banco, entre eles o gerente, Jonas teria se irritado quando a porta giratória travou. Ele retirou os objetos metálicos dos bolsos, mas teria recusado-se a tirar o cinto. O segurança só liberou sua entrada depois que o gerente pediu a Jonas que mostrasse o cartão do Itaú comprovando que era correntista. Ao entrar, Jonas teria ido em direção ao vigilante, xingando. Depois de levar um chute e um soco, Natalício deu um tiro no peito de Jonas, que morreu na hora.

OUTRA VERSÃO

A versão dada ao delegado pelos funcionários do banco não foi a mesma relatada por testemunhas. Quem estava na fila para entrar na agência não confirmou a ocorrência de luta corporal. Segundo o empresário Alexandre Knoclsh, que esperava logo atrás da vítima, Jonas deixou tudo o que tinha na porta giratória. “Quando ele entrou, os dois discutiram, um apontou o dedo para a cara do outro, o segurança se exaltou e atirou.”

A promotora de vendas Rosa Maria de Souza também disse não ter visto briga. Cliente da agência, afirmou que Natalício era agressivo. “Ele exigia que as pessoas tirassem tudo da bolsa. Isso revoltava a todos.”

O crime revoltou quem estava no local. A liberação de Natalício deixou a família da vítima indignada. “Esse é o País que nós vivemos. Enquanto mãe rouba pote de manteiga e é condenada, o assassino de trabalhador não fica preso um dia”, disse o mecânico Jezué Santos de Souza, 41, irmão de Jonas.


O Dia Online, 23.12.2006
http://odia.terra.com.br/rio/htm/geral_73575.asp

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Na verdade, verdade, morreu por ser Negro. Nao tenham
dúvidas disso. Está havendo um genocídio de jovens negros
no Brasil, esse crime faz parte dessa operacao!!!! - Ras Adauto
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Enquanto um cliente leva tiro....

Felipe Sáles

O jornaleiro Jonas Eduardo Santos de Souza, de 34 anos, foi morto com um tiro no peito pelo segurança do banco Itaú, Natalício de Souza Marins, depois da vítima reclamar por ter ficado preso na porta da agência, na Avenida Rio Branco, no Centro. Amigos e parentes de Jonas acusam o segurança de racismo. Natalício foi solto no mesmo dia porque, segundo a polícia, ele teria se entregado, chamado o socorro e esperado a chegada dos policiais.

Jonas foi barrado na porta giratória por cinco vezes até conseguir entrar na agência. Segundo testemunhas que estavam atrás dele no momento do crime, Jonas foi obrigado a tirar todos os objetos do bolso e se irritou quando o segurança pediu para que tirasse também o cinto. O gerente interferiu e autorizou a entrada do cliente, que então foi tirar satisfações com o segurança. Os dois teriam brigado e, segundo o gerente - única testemunha ouvida ontem pela polícia - Jonas teria agredido o segurança com um soco e um chute. Segundo Jezué Santos de Souza, irmão da vítima, o crime aconteceu por rixa antiga entre os dois.

- Todos conheciam Jonas e o segurança, que era famoso por sua truculência. Apesar de negro, ele era também racista - acusa.

Natalício, que saiu da agência sem estar algemado, foi indiciado por homicídio doloso e prestou depoimento durante toda a tarde na delegacia. Na semana que vem, a polícia vai pedir as fitas no banco, consideradas cruciais para a resolução do caso. Para o delegado adjunto, Mário Arruda, o crime não foi considerado flagrante porque Natalício aguardou a chegada do socorro e da polícia.

- Não pode ser considerado apresentação espontânea porque ele saiu com os policiais. É uma situação absurda - reclama a advogada da família da vítima, Maísa Evangelista.

O corpo de Jonas demorou pelo menos seis horas para ser retirado da agência. Ele trabalhava pagando contas para terceiros e e freqüentava aquela agência há cerca de 10 anos.

Na 5ª DP (Mem de Sá), onde o caso foi registrado, diversos advogados do banco e da Protege - empresa de segurança terceirizada pelo banco - acompanhavam o depoimento. Representantes da Secretaria Estadual de Justiça e Defesa do Consumidor também estiveram presente. Segundo Nayt Júnior, coordenador executivo da Secretaria Adjunta de Políticas Públicas Contra a Discriminação Racial, o banco Itaú já responde por três ações de racismo.

- Segundo as reclamações da Secretaria de Defesa do Consumidor, 62% dos casos de pessoas presas na porta de banco são negras. Mas é a primeira vez que vejo um caso desses terminar em morto - diz.

Em nota, o banco Itaú lamentou o incidente considerando a situação como "completamente imprevisível", e se dispondo a prestar assistência às famílias dos envolvidos e às autoridades.

JB Online, 23.12.2006

'Esquadrão voador' está acabando com escravos no Brasil, diz Jornal

'Esquadrão voador' está acabando com escravos no Brasil, diz Jornal
Jornais

Matéria na edição desta sexta-feira do jornal britânico The Independent elogia a atuação do Grupo de Fiscalização Móvel, ligado ao Ministério do Trabalho, no combate ao trabalho escravo no Brasil.

"A prática é ilegal no Brasil, mas continua em regiões isoladas, onde a polícia é paga por proprietários de fazendas que empregam trabalho escravo. É por isso que o governo tem de usar seu grupo móvel para lançar fiscalizações de surpresa nos campos", relata o diário.

Leia matéria completa em:

Fonte: BBCBrasil. com
22 de dezembro, 2006 - 09h46 GMT (07h46 Brasília)

Friday, December 22, 2006

Bolívia - Saqueo y destrucción de oficinas de organizaciones indígenas chiquitanas

Saqueo y destrucción de oficinas de organizaciones indígenas chiquitanas

Persecución y discriminación racial contrea dirigentes indígenas,

pequeños comerciantes en Ascensión de Guarayos

Exigimos juicio y castigo de los responsables

La Coordinadora de Pueblos Étnicos de Santa Cruz – CPESC, la Organización Indígena Chiquitana – OICH y la Central de Organizaciones de los Pueblos Nativos Guarayos – COPNAG, denunciamos a la opinión pública nacional e internacional el ataque criminal a las sedes de las centrales indígenas Paikoneka de San Javier y de Comunidades de Concepción del Pueblo indígena Chiquitano, de domicilios privados de indígenas, así como el saqueo de los puestos comerciales en Ascensión de Guarayos, las amenazas de muerte, agresiones y persecución de dirigentes y familiares del Pueblo indígena Guarayo, en su propio territorio.

Hechos

1. A las 10:00 horas de la mañana del 15 de diciembre fuimos atacados por una delegación de gente que provenía de Guarayos y de algunas provincias chiquitanas quienes se dirigían al cabildo de Santa Cruz, el ataque empezó cuando se encontraron con el bloqueo en San Julián. Formaban parte de esta delegación conocidos matones y violentos de nuestros pueblos a quienes identificamos inmediatamente. Desde hacía algunos días, sabíamos que tenían planeado dirigirse a Santa Cruz con el propósito de asaltar las oficinas de nuestra organización nacional CIDOB y otras instituciones, después de la realización del cabildo.

2. El conflicto se inició a las 10:00 horas, cuando las personas que venían en los buses, trayendo piedras, palos y algunas armas, descargaron toda su violencia contra el primer piquete de bloqueo, ubicado a 2-3 Km. de San Julián, donde estaban nuestros hermanos chiquitanos y campesinos, ellos bajaron de los buses y con amenazas de utilizar las armas que, dijeron, estaban en las flotas; pasaron por la fuerza, desmontaron el bloqueo e intimidaron a las personas que se le interpusieron.

3. Acto seguido se dirigieron hacia el otro puesto de bloqueo, atropellándolo para tratar de pasar de la misma forma que en el anterior. Aquí la gente de San Julián reaccionó contra las agresiones y se produjeron los enfrentamientos dejando un saldo lamentable, de más de 50 personas heridas, la mayoría pobladores de San Julián. Los agresores debieron retornar viendo frustrado su intento de romper por la fuerza el bloqueo.

4. A primeras horas de la tarde, esta gente se reunió en la localidad de San Ramón, en el cruce de caminos entre Guarayos y la Chiquitanía, donde incendiaron y destrozaron la sede del partido de Gobierno, Movimiento al Socialismo (MAS) y aparentemente, allí, trazaron el plan de destrucción que ejecutaron horas más tarde.

5. Un grupo se hizo presente en la localidad de San Javier, 50 km. al Este de San Ramón. Allí más de 100 personas asaltaron violentamente las oficinas de la Central Indígena Paikoneka de San Javier (CIP-SJ), destruyeron nueve (9) equipos de computación, dos motocicletas, teléfonos, muebles, televisores, cámaras fotográficas, un frial para comercializar la carne de las comunidades e información histórica- recopilada y sistematizada en más de veinte (20) años de creación de nuestra organización. Rociaron de gasolina y procedieron a incendiarla por completo. Quemaron y devastaron otras dependencias situadas en la parte de atrás de la Central. Las oficinas y sus equipos de la CIP-SJ quedaron completamente destruidos. Hubo incluso amenazas de quemar la Alcaldía Municipal, por que su Alcalde pertenece al pueblo indígena Chiquitano. Amenazaron a los dirigentes, quienes se vieron obligados a abandonar y refugiarse en las comunidades indígenas cercanas a San Javier.

6. Horas después, la misma turba se trasladó a Concepción, donde destrozaron el interior de las oficinas de Central Indígena de las Comunidades de Concepción (CICC), la cual también, sufrió destrozos, destrucción de información histórica y fue incendiada por los agresores. Por suerte varios comunarios presentes, evitaron el avance de las llamas que pudieron quemar todo por completo. Más tarde la turba, que deambulaba amenazante por todo el pueblo, incendió y destruyó la casa de dos comunarios indígenas identificados como pertenecientes a la CICC, por su labor en la campaña realizada a favor de los constituyentes indígenas chiquitanos.

7. Deambularon toda la noche del 15 y la madrugada del 16 por Concepción buscando casas de los más conocidos dirigentes indígenas para hacer lo mismo con sus domicilios.

8. El día 17 se trasladaron a San Ignacio de Velasco, donde quemaron los puestos del mercado, “vengándose” de lo sucedido en San Julián en el bloqueo. Acto seguido, armaron un gran grupo, todos armados para cumplir con la promesa hecha antes de partir hacia el cabildo el 15: tomar por la fuerza y destruir la Alcaldía Municipal de San Miguel de Velasco. Varios miles de comunarios estaban esperándolos en la Alcaldía Municipal, la Casa de los Bastones de los Caciques y la Radio Misiones. En una acción desesperada, el Alcalde evitó el enfrentamiento contactándose con el Ministro de la Presidencia a través de la cadena radial ERBOL, quien comprometió el envío de tropas militares para evitar el inminente derramamiento de sangre.

9. El otro grupo llegó a Ascensión de Guarayos después de un “cabildo” determinó que no debían haber más “collas” en esa localidad y que serían expulsados. Inmediatamente, desmantelaron los mercados del pueblo, amenazaron a la familia de un ex dirigente indígena (hermano de la actual presidenta de la central guaraya COPNAG) y agredían a quienes encontraban en su paso e identificaban como “collas” o indígenas que no respondían a las autoridades locales (alcalde, subprefecto, etc.), y para el futuro haciéndoles prometer fidelidad a dichas autoridades públicas, caso contrario serían “guasqueados” y expulsados del pueblo.

Responsables

Como acto de transparencia y responsabilidad frente a las autoridades y la población cruceña, queremos dar a conocer los nombres de los salvajes que hemos identificado en estos actos criminales:

Vándalos de San Javier y Concepción:

JUAN ANTELO ROMÁN (Conocido matón y hermano del presidente del Comité Cívico), GUERI CASANOVA, ERWIN CASANOVA, ALICIA ORTIZ MÉNDEZ, ROLY VARGAS, ALEJANDRO MÉNDEZ PEDRAZA, ROSARIA CABALLERO, VICTOR HUGO RUIZ, GUSTAVO RUIZ, YOLANDA OLACHEA, ARTURO PÉREZ, BETO VENITO, NATANIEL CASTEDO TRUJILLO (Subprefecto Provincia Ñuflo de Chávez), LUCIO RIVERO (chofer subprefecto Ñuflo de Chávez), HUGO AYUPE, DANIEL RÍOS.

Principales instigadores en Ascensión de Guarayos y Urubicha

ROBERT SCHOCK (Alcalde Municipal Ascensión de Guarayos), DANIEL AEGUAZU (Subprefecto Provincia Guarayos), JAIME CUÑANCHIRO (Presidente Comité Cívico Ascensión de Guarayos), ASCENCIO LAVADENZ (Dirigente organización campesina paralela en Ascensión de Guarayos), YANETH SEVERICH, RUTH LOLA, EDGAR ROJAS (Alcalde Municipal de Urubichá), ANTONIO CHAVEZ (Oficial Mayor Alcaldía de Urubichá), OSMAN CHINCHI, JOSÉ URAÑAVI (Ex Alcalde Municipal de Urubichá), RUBEN RIOS Y OTROS.

Exigimos:

1. Juicio justo y castigo ejemplar para los autores materiales señalados, así como la identificación de los autores intelectuales de estos actos criminales.

2. Seguridad para los dirigentes/as chiquitanos y guarayos y sus familias quienes se encuentran en este momento amenazados de muerte en sus propios pueblos por los agresores.

3. Cambio de autoridades subprefecturales en las provincias Ñuflo de Chávez y Guarayos, cómplices de los hechos violentos sucedidos, en la zona.

4. Investigación a las prefecturas y subprefecturas, sobre erogación de recursos financieros públicos en la realización de los cabildos y otras movilizaciones de presión cívico-político, organizadas por los comités cívicos y prefecturas de Tarija, Santa Cruz, Bení y Pando.

5. Declaración pública de parte del Prefecto del Departamento, como primera autoridad del Estado en Santa Cruz, de condena de estos hechos criminales y de discriminación racial.

6. Intervención de la Comisión Interamericana de Derechos Humanos (CIDH) de la OEA y el Alto Comisionado de las Naciones Unidas para los Derechos Humanos que estudie la situación y se pronuncie al respecto.

7. Respeto a nuestra diversidad étnica y cultural respecto a los demás sectores de la sociedad regional de Santa Cruz, así como el respeto a nuestras organizaciones sociales y sus respectivas sedes.

8. Exigir al sindicato de la prensa, nacional y regional, se pronuncie respecto a la constante y sistemática violación del derecho de libertad de expresión que se está operando desde los medios regionales en nuestra contra, quienes justifican los actos de discriminación racial y los ataques a personas.

Resolución

1. Pedimos a nuestras organizaciones hermanas y la nacional CIDOB, una reunión de emergencia para definir acciones frente al plan sistemático de violación a los Derechos Humanos de los Pueblos Indígenas de Tierras Bajas, del que estamos siendo víctimas en nuestra propia tierra.

2. Declararnos en estado de emergencia y movilización en toda la chiquitanía y Guarayos para resguardar la vida e integridad personal de nuestros dirigentes y sus familias.

Coordinadora de Pueblos Étnicos de Santa Cruz – CPESC
Central de Organizaciones de los Pueblos Nativos Guarayos – COPNAG
Organización Indígena Chiquitana (OICH)

( Servindi 20.12.06)

__._,_.___

Wednesday, December 20, 2006

Estátua que lembra João Cândido é proibida de se instalar na Praça XV

Estátua que lembra João Cândido é proibida de se instalar na Praça XV

Helvio Lessa

Rio - Uma lei aprovada pela Câmara de Vereadores, em1992, e sancionada pelo prefeito Cesar Maia, em 1993, determina a colocação de uma estátua do Almirante Negro João Cândido em uma área pública. No entanto, em fase final de acabamento do artista plástico Válter Brito, o monumento em homenagem ao líder da Revolta da Chibata, em 1910, corre risco de ficar sem chão.


Leia matéria completa: O Dia On line
20.12.2006

Monday, December 18, 2006

Daiane dos Santos conquista

Foto: divulgação MF2GINÁSTICA

Daiane dos Santos conquista
ouro no solo

Ginasta conquista bicampeonato do solo
na final da Copa do Mundo
de ginástica. Laís Souza
fica em terceiro lugar
na mesma prova

Leia matéria em: O Dia On line
Rio, 18.12.2006

Miséria e abandono ameaçam sobrevivência de kiriris


O bom Cacique dos Kiriris, Lázaro
http://www.cidadaodomundo.org/?p=711
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População indígena reivindica tombamento pelo Iphan para evitar desaparecimento de povoado em Mirandela



Ciro Brigham

O sol é escaldante e a evapotranspiração faz tudo parecer miragem. O tudo, onde quase nada acontece, é um pequeno povoado no município de Banzaê, nordeste do estado, a 296 km de Salvador. Mirandela, primeiro lugarejo reconquistado pelos índios kiriris na década de 90, já foi palco de tensões e conflitos entre posseiros, fazendeiros e índios. Hoje, ameaça literalmente desabar diante do abandono e da miséria. Os tempos de paz são também de esquecimento. O que todos esperam agora é o tombamento do centro de Mirandela pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

A gente de pele curtida que segue os passos do cacique Lázaro mora em casas deixadas pelos antigos moradores, brancos que desocuparam a área depois de um desgastante processo que resultou na morte de um índio, em 1995. São parte dos quase dois mil cidadãos que ganharam, por força da insistência e da pressão, o direito a usufruir de 12.299 hectares de terras demarcadas pelo governo federal em 1981, um octógono regular com ponto central na Igreja de Mirandela.

O lugar mais parece um povoado-fantasma. Não por não ter habitantes, visto que boa parte dos índios distribuídos pelo território demarcado escolheu viver em Mirandela. Mas pela ausência total de infra-estrutura a que estão submetidos os herdeiros dos novos tempos, pais, mães e filhos da reconquista histórica, à beira de uma poeirenta picada no meio do sertão.

Das 280 casas que restam em Mirandela, apenas 68 estão ocupadas. Todas eram das 336 famílias de posseiros que viviam no local. A maior parte das construções não resistiu à falta de recursos para frear o desgaste pelo tempo, ou às investidas vingativas de quem foi obrigado a deixar o local por força da lei. Terrenos cheios de mato por trás de casas abandonadas, fachadas destruídas, paredes desmoronadas, telhas arrebentadas: este é um dos retratos da vila central do território kiriri no nordeste do estado.

***
Posseiros ainda não indenizados

Com a demarcação do território indígena e a retomada gradual dos povoados de Mirandela, Marcação, Pau-ferro, Gado Velhaco, Araçás, Baixa da Cangalha e Baixa do Juá, mais de seis mil posseiros tiveram que deixar a reserva. É gente que acabou indo para as periferias de cidades como Ribeira do Pombal, Euclides da Cunha, Cícero Dantas e Tucano. O governo federal, através da Funai, garantiu que indenizaria todas as famílias, mas isso não aconteceu. Até hoje, 11 anos depois da reconquista de Mirandela, 46 pessoas esperam por indenizações, sem saber quando e se vão receber.

O levantamento para as desapropriações já havia sido feito pela Funai em 1986, mas as primeiras 125 indenizações foram pagas somente em 1995, quando os posseiros começaram a deixar as terras dos kiriris. Isso depois que o cerco indígena para a retomada de Mirandela resultou na morte do índio Adão (que era surdo e mudo). O episódio inflamou o conflito e exigiu a presença da Polícia Federal por 90 dias, que, separando índios e posseiros por uma corda atravessada no meio da rua, delimitou a área dos dois grupos até a retirada dos antigos habitantes.
Dos que deixaram casas e terras para trás, alguns contaram com apoio político. “Juntamente com a prefeitura, o deputado Luís Eduardo Magalhães intercedeu e conseguiu reassentar 37 posseiros em Quijingue”, informa o cacique Lázaro. Outros receberam as indenizações em seguida, e 46 ainda não viram a cor da justiça. Um deles é o lavrador José Xavier de Souza.

Zé Cajueiro, como é conhecido, foi morador da Baixa do Juá e dono de uma roça de 70 tarefas na Lagoa do Batico, a três quilômetros de Mirandela, onde criava 35 cabeças de gado desde 1976. A Funai pagou a indenização da casa onde morava, mas não da terra de onde tirava o sustento. “Desde que eu nasci, já ouvia falar dessa história, então a gente sabia que a terra era dos índios. Como eu sempre tive uma boa relação com eles, entreguei a roça quando começou o movimento e fiquei esperando. Foram fazer a medição eu não estava lá, e até hoje não recebi”, conta Zé Cajueiro.

***
Disputa entre jesuítas e Garcia D’Ávila

O povoamento e a exploração do “Sertão da Bahia” e do “Sertão de São Francisco” se deu a partir do século XVII, por determinação do Governo Geral de Portugal, então instalado no Brasil. A meio caminho de uma das entradas que iam de Salvador ao Rio São Francisco, ficavam Canabrava (hoje Ribeira do Pombal) e Saco dos Morcegos (Mirandela), onde viviam os índios Kiriris (ou Cariris), pertencentes ao tronco Jê, chamados Tapuias.

Os jesuítas Jacob Rolando e João de Barros lideraram as missões que ocuparam a região a partir de 1666, catequizando índios, construindo igrejas e edificando vilas. Entraram em conflito com o desbravador Garcia D’Ávila – cujos domínios iam do litoral da Bahia, entrando pelo sertão até os estados do Piauí e Maranhão – que considerava os índios propriedades suas, por estarem em “suas” terras.

O impasse junto aos padres, que entendiam os Kiriris como “propriedades” da igreja, chegou à guerra: Garcia D’Ávila matou 400 índios já rendidos. Os sobreviventes foram levados para Salvador, como escravos. Sentindo-se próximos demais do perigo que vinha pela estrada, aos poucos os índios foram se mudando para a aldeia vizinha mais afastada da via, Mirandela, onde a população cresceu bastante.

A meio caminho entre Salvador e o Rio São Francisco, rota de tropeiros, aventureiros e outros viajantes, a região de Pombal servia de parada para o repouso, principalmente a aldeia de Canabrava. Com a ocupação de inúmeras frentes pastoris e fazendas de gado instaladas a começar das margens dos rios, não tardaram os confrontos violentos entre os índios e os posseiros, que resultaram em massacres de ambos os lados, por gerações. Os kiriris conseguiram sobreviver heroicamente aos processos de colonização, aculturação e miscigenação, se identificando como nação autêntica, ainda que integrada à sociedade nacional.

***
Paredes esburacadas

A estampa do esquecimento não se aplica apenas aos prédios abandonados: cobre também as residências ocupadas. Naquela onde vive o cacique, a luz do sol penetra por entre telhas quebradas e paredes esburacadas, que desafiam a lei da gravidade. Serviços essenciais, só mesmo aqueles pelos quais se paga, como luz elétrica e com boa vontade, água encanada. Coleta de lixo, nem pensar. “A prefeitura, se puder, manda o lixo para cá”, comenta o índio artesão Demar Santiago.

Os companheiros se riem. Talvez uma troça desse resquício de conduta referente à época em que o índio era tolerado apenas por satisfazer a mais-valia dos pequenos produtores rurais. “Os kiriris moravam em palhoças na serra, onde não se plantava nada, passavam fome e serviam de mão-de-obra barata para os posseiros de Mirandela”, relembra o cacique Lázaro Gonzaga de Souza, 66 anos.

Lázaro representa, como ele próprio diz, uma das duas “facções” dos kiriris de Banzaê, separadas por maneiras de pensar divergentes a respeito da preservação e resgate dos costumes antepassados. O outro grupo, liderado pelo cacique Manoel (que mora em um povoado vizinho, Araçás), aceitou o contato estreito com a religião católica e assumiu o “embranquecimento” das atitudes e maneiras de se portar. Somente os que seguem Lázaro fazem, por exemplo, questão de usar adornos indígenas (tangas e cocares) como reforço à identidade.

Isso não afasta os dois grupos de usufruirem igualmente dos direitos e benefícios concedidos através de órgãos como a Funai (Fundação Nacional de Apoio ao Índio) e a Anai (Associação Nacional de Ação Indigenista), e de conviverem com alguma harmonia, apesar de não se integrarem totalmente – herança de rixas que envolveram também os posseiros. “Hoje, nossos filhos vão jogar bola com os filhos de Manoel. Eles são índios também, como a gente”, apazigua o cacique de Mirandela.

Mais do que a confraternização aberta pelas veias do esporte, eles aguardam tombamento do centro de Mirandela pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Cacique Lázaro fala de um projeto “pra mó (sic) de restaurar as casas, reflorestar as áreas do entorno e criar um parque ambiental”. Os recursos, que estariam assegurados através da Embaixada do Canadá em Portugal, dependeriam do tombamento para liberação. “Viajarei este mês para Salvador, vou até o Iphan levar essa documentação”, promete o cacique kiriri, que espera voltar cheio de boas notícias e comemorar com o ritual do Toré. A idéia é solicitar o tombamento do centro de todos os povoados da reserva, gradativamente.

Caprinocultura - Articulado, o chefe indígena de um metro e meio diz que também está solicitando ao Banco Mundial a liberação de recursos para a caprinocultura, e que o Banco do Nordeste já assegurou verba de custeio de produção para 40 famílias da reserva indígena. Além da criação de gado, os índios plantam para o próprio consumo, produzem farinha de mandioca, extraem e vendem mel e se dedicam ao artesanato. Parte dele está exposto na Casa da Cultura Mirandela, um pequeno centro cultural bem no meio do vilarejo.

“O artesanato é vendido em Salvador, em exposição. Antes da reconquista, a gente não podia nem se identificar como índio, vivia escondido. Hoje, tudo o que eu tenho na vida é me orgulhar do que eu sou”, comenta Demar Santiago. “Hoje, a gente tem a nossa liberdade”, completa a esposa Maria Iracema.

Aqui Salvador, Correio da Bahia, 18.12.2006
www.correiodabahia.com.br

Sunday, December 17, 2006

O sangue azul ferve


O Dia On Line, 17.12.2006

O sangue azul ferve


Família Imperial brasileira disputa os R$ 500 mil pagos pela pena usada pela Princesa Isabel para assinar a Lei Áurea, já em exposição

Élcio Braga - elciobraga@odianet.com.br
Marco Aurélio Reis - mreis@odianet.com.br

Rio - A Princesa Isabel sabia que criaria muita polêmica ao assinar a Lei Áurea, em 13 de maio de 1888. Mas cairia do trono se soubesse que, 118 anos depois, seus descendentes estariam brigando pela pena de ouro que usou na ocasião. O bisneto D. Pedro Carlos de Orleans e Bragança vendeu a peça por R$ 500 mil para o Ministério da Cultura, que desde segunda-feira a exibe no Museu Imperial de Petrópolis. Parte da Família Real tentou impedir o negócio e quer participação na venda. O sangue azul está fervendo.

Leia matéria completa em:

Friday, December 15, 2006

Batidas da Periferia

GRUPO do Capão Redondo, a mesma periferia paulistana dos Racionais MC’s, o Z’África Brasil faz rap politizado a partir da história e das questões do negro no país. O novo CD, Tem cor age (YB Music), é ainda melhor do que Antigamente quilombos, hoje periferia (2002), graças ao aprimoramento da interação entre levadas rítmicas orgânicas e programações eletrônicas (feitas pelo coletivo Instituto e o DJ Periférico). A faixa Quilombo invencível usa sample de Walk on the wild side, de Lou Reed. E Eu não vi nada, com influência do ragga, e Tô no rolê, com acento de samba, são ótimas.

(...)

1000 Trutas 1000 tretas, o esperado primeiro DVD dos Racionais MC’s, sai esta semana com 15 músicas, participação especial de Jorge Ben Jor e documentário sobre a história da música negra em São Paulo, dirigido por Mano Brown. E tem CD também.

(...)

DEXTER, preso desde 1998 por assaltar um posto de gasolina e atualmente na Penitenciária do Tremembé, interior de São Paulo, tem seu bom primeiro CD solo, Exilado, sim, preso não! (2005), relançado pela Atração. O rapper compõe bem e num estilo narrativo que lembra Mano Brown, convidado do álbum juntamente com MV Bill, G.O.G. e Tina. “O Dexter é o Dexter e o Brown é Brown, mas nossas essências são parecidas. Tenho ele como meu padrinho e os Racionais como inspiração”, afirma. O CD coleciona prêmios como o prestigioso Hutúz (2005).

(...)

MZURI Sana, grupo paulista liderado pelo produtor e MC Parteum, buscou referência em Machado de Assis para gravar seu primeiro álbum, Ópera oblíqua (Trama). Maneirismo intelectual? Não. Irmão mais novo de Rappin’ Hood, Parteum nada tem de afetado: é um artista de formação cultural acima da média, bom conhecimento musical e sem ligações puristas com o rap, já tendo colaborado, por exemplo, com Zélia Duncan, Ed Motta e Nação Zumbi. Cheio de detalhes, Ópera oblíqua cresce a cada audição. Confira também o disco solo de MC Parteum, Raciocínio quebrado (Trama), lançado no ano passado.

(...)

NENHUM motivo explica a guerra – Ao vivo (Geléia Geral/Warner), do AfroReggae, traz o áudio do recém-lançado DVD homônimo do grupo carioca (dirigido por Cacá Diegues e Rafael Dragaud) e conta com a participação de O Rappa, Cidade Negra, Caetano Veloso e Jorge Mautner. É só para quem conhece e gosta da face musical do grupo nascido em Vigário Geral, no Rio, onde desenvolve um trabalho social, este sim, digno de elogios. Além de músicas próprias, o repertório inclui versões de Mosca na sopa (Raul Seixas e Paulo Coelho), Haiti (Caetano e Gilberto Gil), Vamos fugir (Gil e Liminha) e Ilê Aiyê – Que bloco é esse? (Paulinho Camafeu).

(...)

HIP hop e a filosofia (Madras, R$35, 220 págs.), com coordenação de William Irwin, é uma boa dica de leitura nesse tempo em que ornitorrincos escrevem absurdos sobre essa manifestação cultural na mídia brasileira. Há até quem diga, por desinformação ou revisionismo obtuso, que o hip hop nasceu na Jamaica!

Discomania, Correio da Bahia, 16.12.2006
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Muito além do preto e branco

Muito além do preto e branco
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Por Revista RAIZ.
30 de novembro de 2006

Engajados em produções de filmes de cunho social, entrevista com os idealizadores do filme Família Alcântara.

Por Fábio Rayel

O documentário conta a história da família remanescente de escravos africanos no município de João Monlevade, em Minas Gerais, símbolo de resistência cultural. Um belo coral de vozes, formado por 45 vozes de todas as gerações, que encantam o público ao som de músicas religiosas, espirituais e blues. “Sempre que assisto o filme me emociono em alguma parte diferente”, diz Daniel Sola Santiago diretor do longa-metragem que se aprofunda nessa história de mais 200 anos. Ele começou a carreira como office-boy, passou pela publicidade, migrou para a televisão e se depararou com a turma de peso do globo repórter dos anos 80, sua escola de documentário. Na produção do filme, Daniel contou com a parceira de sangue, Lílian Sola Santiago. Os irmãos, em 1998 estavam à procura de títulos sobre a temática afro-brasileira quando viram uma matéria sobre a Família Alcântara. A dupla não hesitou em investigar o caso. Iniciaram a descoberta. “No começo era pra ser um curta-metragem, mas conforme a pesquisa ganhou força, vimos que um curta era muito pequeno para a tamanha necessidade de publicar todo o material”, diz Lílian. Em entrevista ao portal RAIZ., os sócios da DSS produções - voltada a trabalhos sobre a temática afro -, contam como é árdua a luta para fazer cinema independente no país da “minoria branca”. Engajados em produções cinematográficas de cunho social, os dois falam sobre o preconceito na sociedade brasileira, os estereótipos do cinema e a falta de ética que há por trás das câmeras. De porta em porta, a dupla luta para divulgar a Família Alcântara e encontrar o seu público, e afirmam “os negros precisam começar a assinar o cheque!”.


Leia entrevista em:

Thursday, December 14, 2006

Personalidades da Nossa História: Vassourinha

No dia de meu aniversário, recebi esse link de presente, que coloco nesse blog

07 Dezembro 2006

Música - Vassourinha - Vassourinha - 1976 - RARO

Viveu apenas 19 anos, interrompendo-se assim uma possibilidade de carreira artística de sucesso como sambista, seja pela beleza de sua voz como pela segurança do seu fraseado. Foi contínuo da Rádio Record de São Paulo, onde por volta de 1935 teve a oportunidade de iniciar sua atividade de cantor apresentando-se durante o horário noturno. Morreu de tuberculose.

Em 1935, com apenas 12 anos de idade, atuou no filme "Fazendo Fita" dirigido por Vittorio Capellaro. Formou dupla logo depois com a cantora Isaura Garcia, apresentando-se em shows e circos. Em 1941, transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde atuou na Rádio Clube do Brasil. Neste mesmo ano, gravou o primeiro disco de sua carreira, pela Columbia, registrando os choros "Juraci", de Antonio Almeida e Ciro de Souza e "Seu Libório", de João de Barro e Alberto Ribeiro, com o qual fez grande sucesso e alcançou projeção nacional. No mesmo ano, gravou os sambas "Emília", de Haroldo Lobo e Wilson Batista, seu grande sucesso, e "Ela vai à feira", de Roberto Roberti e Almanir Grego.

Em dezembro do mesmo ano, lançou mais dois discos com as marchas "Chik chik bum", de Antônio Almeida, "Apaga a vela", de João de Barro, "Tá gostoso", de Alberto Ribeiro e Antônio Almeida e o samba "Olga", de Alberto Ribeiro e Sátiro de Melo.

Em maio de 1942, gravou os sambas "E o juiz apitou", de Antônio Almeida e Wilson Batista, falando das desventuras de um torcedor do Flamengo e "Amanhã eu volto", de Antônio Almeida e Roberto Martins.

Em junho de 1942, lançou seu último disco, com acompanhamento de Benedito Lacerda e seu conjunto regional interpretando os sambas "Amanhã tem baile", de Haroldo Lobo e Milton de Oliveira e "Volta pra casa Emília", de Antônio Almeida e J. Batista.

Sua discografia foi posteriormente reeditada num LP da Musicolor e anteriormente pela Continental. Apesar da curta carreira, chegou a ser considerado um dos maiores sambistas brasileiros por suas interpretações características. Em 2003, seria devidamente homenageado na peça "Isaura Garcia - A personalíssima", estreada em São Paulo, quando foi realçada tanto sua importância na radiofonia paulistana, quanto a ajuda que forneceu a Isaura Garcia ao começo de sua carreira. Texto Dicionário Cravo Albin



1-"Seu" Libório
(Alberto Ribeiro - João de Barro)
2-Juracy
(Antônio Almeida - Ciro de Souza)
3-Emília
(Haroldo Lobo - Wilson Batista)
4-Ela vai à feira
(Roberto Roberti - Almanyr Greco)
5-Chik chik bum
(Antônio Almeida)
6-Apaga a vela
(João de Barro)
7-Olga
(Alberto Ribeiro - Satyro de Mello)
8-Tá gostoso
(Alberto Ribeiro - Antônio Almeida)
9-...E o juíz apitou
(J. Batista - Antônio Almeida)
10-Amanhã eu volto
(Antônio Almeida - Roberto Martins)
11-Amanhã tem baile
(Milton de Oliveira - Haroldo Lobo)
12-Volta p'ra casa Emília
(J. Batista - Antônio Almeida)


Engula essa Cápsula!


Obs: No Engula essa Cápsula é para baixar o Cd completo de Vassourinha.
Uma verdadeira raridade da música popular brasileira

Wednesday, December 13, 2006

Negro em Preto e Branco


Negro em Preto e Branco ganha, na categoria especial, o Prêmio Açorianos de Literatura 2006

O livro “Negro em Preto e Branco – História Fotográfica da População Negra de Porto Alegre” (edição independente) foi o vencedor da Categoria Especial da 13ª edição do Prêmio Açorianos de Literatura 2006. A cerimônia de premiação foi realizada ontem à noite, 12, no Teatro Renascença, de Porto Alegre/RS.

Financiado pelo Fundo Municipal de Apoio à Produção Artística e Cultural (Fumproarte) da Prefeitura de Porto Alegre, a obra foi organizada pela fotógrafa Irene Santos e traz textos e entrevistas das jornalistas Silvia Abreu e Vera Daisy Barcellos.

O livro, que contribui para a afirmação da auto-estima da população afro-brasileira, evidencia, em mais de 500 fotos, a participação dos negros na construção do desenvolvimento de Porto Alegre, no período que vai de 1850, data dos primeiros registros fotográficos no mundo, até o final dos anos 70.

Tuesday, December 12, 2006

CADÊ OS INTELECTUAIS BRASILEIROS?

Em meio à escuridão, quem tem lanterna é rei. Estou muito afim de ouvir a elite. De verdade. Temos que saber mediar o choque de opiniões; elite e periferia em choque podem ser fundamental para nosso crescimento como povo. O problema é que não estou ouvindo ninguém. Só ouço tiro. Quero ouvir opiniões verdadeiras. Quero começar pela elite, cobrar o saber acadêmico que eles historicamente roubaram da maioria. Cadê? Falem alguma coisa útil pelo amor de Deus. Estou cobrando como cidadão em meio ao conflito. A intelectualidade brasileira vive de especulações acadêmicas superficiais. Estão ilhadas num mundo que não interessa à maioria dos brasileiros.

Quem são esses intelectuais brasileiros e qual a função de um intelectual numa sociedade? Estamos muito bem servidos de intelectuais e suas opiniões mercantis. Mas estamos pessimamente servidos em opiniões que realmente nos tragam alguma luz, alguma faísca que acenda nossa consciência, que evoque alguma ação ou que provoque mudanças.

Nos anos 1970 tínhamos várias vozes sendo caladas pelo incômodo que traziam. Glauber Rocha, Zuenir Ventura, Chico Buarque, Caetano, Gil, Fernando Gabeira, Ferreira Gullar, Henfil, Gonzaguinha, Elio Gaspari, José Celso Martinez Correia, etc. Gente que era perseguida, com a opinião certa, no momento em que mais precisávamos ouvi-las, mas fomos impedidos pois eles foram caçados à força. Só os intelectuais reacionários e conservadores tinham transito livre nos jornais e na TV para manifestar opinião, como Nelson Rodrigues, que a dona Globo sempre amou e endeusou. Arnaldo Jabor, um desses pseudo-intelectuais do qual eu falo (e que a Globo também endeusa), numa entrevista recente afirmou, numa arrogância que só o Jabor tem, que tem a facilidade de escrever e falar como o reacionário, embora talentoso Nelson Rodrigues.

Hoje aqueles que realmente emitem opiniões que provocam reflexão verdadeira são calados pela falta de visibilidade, ou seja, a mídia não torna pública opiniões que não tenham o carimbo das empresas midiáticas, os que mercantilizam o pensamento intelectual brasileiro. Hoje os intelectuais que têm esse carimbo estão envoltos em seus mundinhos fashion. Opiniões tão plásticas e superficiais quanto o clima de globalização cultural e econômica que vivemos.

Ninguém sabe onde vive o intelectual brasileiro. Ora ele tá numa praia do Rio de Janeiro, ora em Paris, Nova Iorque, ora em cima de um trio elétrico em Salvador, etc. O intelectual brasileiro adora dar seus “Show-Aulas”, ou “aulas-show” e são bem pagos pelas academias para isso. Quem já esteve presente a um evento desses sabe o que estou falando. O(A) notável chega, começa a teorizar sobre várias questões, em especial a metafísica, e se acovardam diante do “tudo é relativo”.

Esses aí são os reis da retórica, da arte de falar bonito, muitas vezes até cheios de razão numa raivinha artificial ao falar de cultura, da miséria brasileira, da política, de assuntos internacionais, mas que tão logo se apagam os holofotes, já estão sorrindo em seus mundinhos de champagne, carros, buffets, coquetéis de lançamentos, e etc. São os reis da masturbação intelectual, né Jabor?! São mais vaidosos do que úteis. Como dizia Sérgio, o personagem do ótimo filme cubano Memórias do subdesenvolvimento, de Tomás Gutierrrez Alea, cansado da falação intelectual: “...as palavras devoram as palavras e deixa você nas nuvens, longe da ação. A questão é: como sair do subdesenvolvimento?”

A principal audiência dessas “celebridades” da inteligência brasileira são os universitários. Ao invés de questioná-los, prestam atenção boquiabertos, eufóricos e empolgados, a cada frase de efeito desses reis da retórica. Exibem seu notável saber aprendido nas universidades e nas rodinhas de amigos dos cafés Parisienses. A platéia delira e todos concordam com todos. Quando alguém aparece pra questionar o que está sendo dito já é visto como inconveniente.

É preciso que entendamos como funciona a “indústria” do pensamento intelectual brasileiro. Por trás do acovardamento dos intelectuais, o “Tudo é relativo” reina e qualquer bom argumento é bem pago pelos canais da mídia. Esses intelectuais vivem de palestra, ganham seus salários de bolsas e de cargos no governo além de seus afazeres artísticos. Outros são muuuuito bem pagos por grandes canais de comunicação para emitirem suas opiniões ridículas, elitistas e conservadoras envoltas num discurso jovem, artificialmente enfurecido e despojado, né Jabor?! É fácil ser leão em meio às ovelhas.

Enquanto os bravos intelectuais de ontem se calam e parecem ter perdido o rumo com o esfarelamento do ideal de utopia, ninguém dá espaço merecido aos verdadeiros intelectuais brasileiros, aqueles que vivem o dia-a-dia do que falam, que não estão ilhados em suas redomas afastados da maioria. Gente como o poeta da periferia Sérgio Vaz, que organiza o Sarau da Cooperifa na Zona Sul de São Paulo; gente como Erton Moraes, criador do movimento literário Trokaoslixo; sem contar que nunca deram espaços devidos a dois grandes pensadores brasileiros, todos dois recém falecidos: Milton Santos e Clóvis Moura, este último, autor do belíssimo livro sociológico “Rebelião da Senzala”, de 1960, morreu na mais completa miséria, devendo tudo e a todos para poder pagar os custos com sua saúde.

Portanto Caetano, Jabor, Diegues, pra citar aqui os mais famosos, antes de aparecerem em espaços reservados às suas opiniões bem articuladas, cheias de saber porém ridículas e inúteis... antes de chamarem bravas mulheres e mães de família de vagabundas em horário nobre, sr. Jabor, procure refletir um pouco e saia dessa redoma regada a whisky, tapinhas nas costas e holofotes que você tem. A periferia ignora tudo que você fala. Não interessa. Faça seus showzinhos para essa elite branca e colonizada da qual você faz parte e vamos celebrar a alegoria da nossa miséria. Quando o bicho pega é que a gente vê quem é quem e de que lado você fica.

Déo Cardoso: 29 anos, Cineasta, escritor e amante do hip-hop.
Contato: deocee@hotmail.com
http://www.hiphopdefato.com/index.html

Berlino celebra il Brasile negro

Berlino celebra il Brasile negro

Successo per la seconda edizione di `O negro no cinema brasileiro`, rassegna realizzata senza aiuti governativi

ontraddicendo ogni regola di spazio fisico e geografico, la frenetica Berlino ha aperto le sue generose porte e ha accolto, per il secondo anno consecutivo, un festival dedicato ai film brasiliani. Fin qui nulla di strano. Da tempo varie capitali del mondo dedicano spazi alla presentazione di produzioni cinematografiche «Made in Brazil».

Questo interesse risale al 1959, anno della comparsa di “Orfeo negro”, una produzione francobrasiliana diretta dal francese Marcel Camus, fino a oggi, unico film brasiliano vincitore di un Oscar. Gli sguardi del mondo si diressero verso i film prodotti sotto la linea dell’Equatore, accompagnando il sorgere del movimento definito “Cinema novo” degli anni 60. Un cinema impegnato, di carattere ideologico e indissolubilmente legato alla lotta di classe, il cui protagonista più importante fu il regista Glauber Rocha.

La locandina della manifestazione berlinese svoltasi dal 16 al 22 novembre

Da allora il Brasile, oltre che per la musica, il calcio e le belle donne (tanto per non uscire dai cliché), occupa in maniera meritata un posto di rispetto nel circuito internazionale della settima arte. Partendo da questa premessa, il Festival del cinema brasiliano di Berlino di fatto non ha rappresentato una novitá. Tuttavia, la manifestazione svoltasi al cinema Babylon-Mitte dal 16 al 22 di novembre non è stata una semplice rassegna di film «brasiliani». In realtà, si è trattato di un festival che ha riunito film scritti, diretti, prodotti, interpretati da brasiliani di razza negra.

Fonte: http://musibrasil.net/index.asp

Leia matéria completa

Filme "Referências", Direção de Zózimo Bubu


Click sobre a imagem para ver ampliado


Lancamento do filme „REFERENCIAS“, de Zózimo Bulbul
Lançamento do DVD “Obras Raras”, o Cinema Negro na Década de 70

Ministério da Cultura
Fundacao Cultural Palmares

Sunday, December 10, 2006

Encontro debate importância histórico-cultural da capoeira


Abada Capoeira Berlin - http://www.abada.net/
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CULTURA AFRO

Hoje e amanhã será realizado o II Encontro do Inventário e Registro para Salvaguarda da Capoeira como Patrimônio Imaterial do Brasil, uma iniciativa do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e do Ministério da Cultura (Minc). O evento vai ocorrer das 18h às 22h, no Teatro Gregório de Mattos, e o objetivo é realizar um registro da capoeira na contemporaneidade, considerando sua importância histórica, múltiplas vertentes, rituais e saberes. O projeto também busca registrar as histórias e trajetórias dos mestres de capoeira.

A partir do conhecimento de suas experiências e dificuldades, o Inventário apontará para a necessidade de implantação de políticas públicas para salvaguarda da capoeira pontuadas pela comunidade de capoeiristas. A idéia não é tombar a capoeira, mas reconhecê-la como Patrimônio Imaterial do Brasil, respeitando sua afro-descendência, o desenvolvimento no território brasileiro e internacionalização que alcança mais de 150 países.

A Diretoria de Patrimônio Imaterial (DPI), vinculada ao Ipha, já registrou e reconheceu várias expressões culturais imateriais que, deste modo, passaram a ser objeto de salvaguarda através da instauração de políticas públicas. Integram a lista o ofício das baianas do acarajé, o jongo do sudeste e o samba do Recôncavo, entre outras.

Aqui Salvador, Correio da Bahia, 11.12.2006
www.correiodabahia.com.br

Carta de Michael Moore ao povo dos EUA


No último dia 27 de novembro, o cineasta Michael Moore publicou, em sua página na internet, uma carta dirigida ao Congresso e ao povo dos Estados Unidos. Nela, ele defende, entre outras coisas, que "a única coisa a fazer é cair fora do Iraque". Além de exigir a retirada total e imediada das tropas americanas de ocupação do Iraque, Moore também defende que o país árabe seja indenizado pela ocupação. Leia abaixo a íntegra da carta.

"Amigos,

Hoje (27/11) marca o dia em que permanecemos no Iraque mais tempo que aquele que levamos para combater na Segunda Guerra Mundial.

É isso mesmo. Nós fomos competentes para derrotar a Alemanha Nazista, Mussolini e o Império Japonês inteiro em menos tempo que a única superpotência mundial gastou para tentar tornar segura a estrada que liga o aeroporto de Bagdá ao centro da cidade.

E nós não conseguimos fazer isso. Após 1.437 dias, no mesmo tempo que levamos para irromper pela África do Norte, conquistar as praias da Itália, conquistar o Pacífico Sul e libertar toda a Europa Ocidental, nós não pudemos, após 3 anos e meio, conquistar sequer uma simples estrada e proteger a nós mesmos de bombas caseiras, feita de latinhas, colocadas em buracos nas rodovias. Sem contar que uma viagem de táxi do aeroporto até Bagdá, de 25 minutos, custa 35 mil dólares e o motorista não te dá sequer um mísero capacete para sua proteção.

A culpa desse fracasso se deve a nossas tropas? Dificilmente. Não importa o quanto de tropas, de helicópteros ou de democracias nós cuspamos das nossas armas, nada irá "vencer a guerra no Iraque". Ela é uma guerra perdida. Perdida porque jamais teve o direito de ser vencida, perdida porque começou por homens que jamais estiveram em uma guerra, homens que se escondem atrás daqueles que foram enviados para lutar e morrer..

Vamos ouvir o que o povo iraquiano está dizendo, de acordo com uma pesquisa recente feita pela Universidade de Martland:

- 71% de todos os iraquianos querem os EUA fora do Iraque.

- 61% de todos os iraquianos apóiam os ataques da resistência contra as tropas americanas.

Sim, a vasta maioria dos cidadãos iraquianos acham que nossos soldados devem ser mortos e massacrados!

Então, o que diabos nós ainda estamos fazendo lá? Vamos interpretar como se não tivessemos compreeendido a deixa?

Existem diversos modos de libertar um país. Freqüentemente os cidadãos se rebelam e se libertam a si próprios. Foi assim que nós fizemos.

E você também pode fazer isso de modo não violento, usando a desobediência civil. Foi assim que a Índia fez.

Você pode também fazer com que o mundo inteiro boicote o regime de um país até que ele caia no ostracismo e capitule.

Foi isso que aconteceu com a África do Sul.

Ou, você pode simplesmente esperar que eles cansem e caiam fora, cedo ou tarde, como as legiões do rei fizeram (Algumas só porque estavam com muito frio). Isso aconteceu no vizinho Canadá.

O único modo que não funciona é invadir um país e dizer a seu povo "Estamos aqui para libertar vocês", enquanto eles não faziam nada para libertar-se.

Onde estavam todos esses homens suicidas enquanto Saddam Hussein oprimia o povo?

Onde estavam os "insurgentes" que plantam bombas nas estradas quando o comboio do maligno Saddam Hussein passeava por elas?

E acho que o velho Saddam era um déspota cruel - mas não tão cruel a ponto de milhares arriscarem seus pescoços contra ele.

"Ah não Mike, eles não podiam fazer isso! Saddam os mataria!" Sério? você acha que o rei George não mataria quem se insurgisse contra ele?

Você acha que Patrick Henry e Tom Paine tinham medo? Isso não os impediu de lutar.

Quando dezenas de milhares de pessoas não têm a inclinação de sair às ruas e derramar seu sangue para remover um ditador, isso deve servir como uma boa pista de que eles não estão desejando participar de alguma libertação promovida de fora.

Uma nação pode ajudar outro povo a remover um tirano (Foi o que os franceses fizeram por nós em nossa revolução), mas depois disso, você cai fora. Imediatamente! Os franceses não ficaram e nos disseram como deveriamos constituir nosso governo.

Eles não disseram "não estamos indo embora porque nós queremos os seus recursos naturais".

Eles nos deixaram à nossa própria sorte e nós levamos seis anos para fazer uma eleição depois da partida deles.

E daí tivemos uma sangrenta guerra civil. Isso foi o que aconteceu e a História está cheia desses exemplos. Os franceses não disseram:

"Oh, é melhor ficar na América, de outro modo eles vão se matar uns aos outros discutindo essa história de escravagismo".

O único caminho que leva uma guerra de libertação ao sucesso é ter por trás dela o apoio de seus próprios cidadãos - e um numeroso grupo de Washingtons, Jeffersons, Franklins, Gandhis e Mandelas liderando a insurreição. Onde estão esses faróis da liberdade no Iraque?

Essa é uma piada e tem sido uma piada desde o início. Sim, nós eramos a piada, mas com 655.000 iraquianos mortos como resultado da nossa invasão

- segundo a Universidade John Hopkins - eu acho que a piada de mau gosto agora é deles. Pelo menos eles foram libertados, permanentemente.

Por isso não quero ouvir nenhuma outra palavra sobre enviar ainda mais tropas (acorda Estados Unidos, John McCain está maluco!), ou sobre "realocá-las", ou esperar mais quatro meses para começar a " vencer o prazo" delas.

Só existe uma única solução e ela é simples: retirada! Agora. Comecem hoje à noite. Vamos cair fora de lá o mais rápido que pudermos.

Quanto mais pessoas de boa vontade e consciência não quiserem acreditar nisso, quanto mais mortes nós teremos para aceitar a derrota, nada poderemos fazer para reparar o dano que cometemos. O que aconteceu, aconteceu.

Se você dirigiu bêbado, atropelou e matou uma criança, não haverá nada no mundo que você possa fazer para devolver a vida àquela criança.

Se você invadiu e destruiu um país, lançando o povo a uma guerra civil, não há nada que você possa fazer até que a fumaça dissipe e o sangue derramado seque. Então, talvez, você possa acordar e ver a atrocidade que cometeu e depois ajudar os sobreviventes a tentar melhorar suas vidas.

A União Soviética caiu fora do Afeganistão em 36 semanas. Saíram assim e tiveram perdas pesadas na retirada.

Eles compreenderam o erro que cometeram e removeram suas tropas. Depois, veio uma guerra civil. Os maus venceram.

Mais tarde, nós derrubamos os maus e tudo viveu melhor depois disso. Veja! No fim, a coisa funciona!

A responsabilidade pelo fim dessa guerra cabe agora aos democratas. O Congresso puxa as cordinhas e a Constituição diz que só o Congresso pode declarar a guerra. O senhor Reid e a senhora Nancy Pelosi têm agora o poder para colocar um fim a essa loucura. Se fracassarem nisso, a ira dos eleitores recairá sobre eles. Nós não estamos brincando senhores democratas e se vocês não acreditam em nós, toquem em frente e continuem essa guerra por outro mês. Nós lutaremos contra vocês ainda mais forte que fizemos contra os republicanos. A página de abertura de meu site na Internet tem uma foto de Nancy Pelosi e Henry Reid, feitas a partir de fotos de soldados americanos que morreram lutando a Guerra de Bush.

Mas que será a partir de agora a Guerra de Bush contra os Democratas, a menos que alguma outra rápida ação seja tomada.

Essas são nossas exigências:

1 - Tragam as tropas para casa já! Não em seis meses. Agora! Deixem de procurar um meio de vencer. Nós não podemos vencer. Nós perdemos.

Às vezes se perde. Essa é uma dessas vezes. Sejam corajosos e admitam isso.

2 - Peçam desculpas a nossos soldados e façam melhor. Digam a eles que nos desculpem porque eles foram usados para lutar uma guerra que não tinha nada a ver com a nossa segurança nacional. Nós precisamos assegurar que cuidaremos deles e que eles sofrerão o mínimo possível. Os soldados incapacitados física e psicologicamente receberão os melhores cuidados e uma compensação financeira significante. As famílias dos soldados que morreram merecem as maiores desculpas e precisam ser cuidadas para o resto das suas vidas.

3 - Devemos nos expiar das atrocidades que perpetramos contra o povo do Iraque. Há poucos males piores que fazer a guerra baseados em uma mentira, invadir outro país porque você quer o que é deles e que está enterrado no solo. Agora muitos mais irão morrer. Seu sangue estará em nossas mãos, não interessa em quem votamos. Se você paga impostos, contribuiu para os 3 bilhões de dólares por semana que gastamos para levar o Iraque para o Inferno onde está o país agora. Quando a guerra civil tiver terminado, nós deveremos ajudar a reconstruir o Iraque.

Nós não podemos nos redimir se não fizermos isso.

Por último, há uma coisa que eu sei. Nós, americanos, somos melhores do que as coisas que fizeram em nosso nome. A maioria de nós ficou estarrecida e zangada com o que aconteceu em 11 de setembro e perdeu a cabeça. Nós não pensamos direito e jamais olhamos um mapa.

Porque somos mantidos na estupidez graças ao nosso sistema patético de educação e à nossa mídia preguiçosa, não sabemos nada de História.

Nós não sabemos que somos os caras que financiaram e armaram Saddam Hussein por muitos anos, inclusive quando ele massacrou os curdos.

Ele era o nosso cara. Nós não sabíamos o que era um sunita ou um xiita, sequer havíamos escutado essas palavras.

De acordo com o National Geographic, 80% dos adultos do nosso país não sabem localizar o Iraque no globo terrestre.

Nossos líderes jogaram com nossa estupidez, nos manipularam com suas mentiras e nos amedrontaram até a morte.

Mas, no fundo, somos um povo de bom coração. Aprendemos devagar, mas a bandeira de "missão cumprida" nos atingiu de modo ímpar e cedo começamos a fazer algumas perguntas. Depois, começamos a ficar espertos. No último dia 7 de novembro, nós ficamos loucos e tentamos consertar nossos erros.

A maioria agora conhece a verdade. A maioria agora sente uma tristeza e culpa profundas e uma esperança de qualquer coisa que seja feita, será melhor e colocará tudo nos eixos.

Infelizmente, não é assim. Então precisamos aceitar as conseqüências de nossas ações e fazer o melhor para que o povo iraquiano possa até pensar em pedir auxílio a nós no futuro. Pedimos a eles que nos perdoem.

Pedimos aos democratas que nos escutem e que saiamos do Iraque agora!

Do seu,

Michael Moore".

Postado por Emir Sader às 10:07

Saturday, December 09, 2006

Carta Aberta de uma Tupinambá de Olivenca


Yakuy Tupinambá

Por alguns instantes seguro entre os meus dedos uma caneta, e na minha frente vejo um papel em branco. Na minha cabeça um turbilhão de pensamentos, uma confusão mental, um desejo enorme de gritar aos quatro cantos do mundo, uma força que me arrasta um calor que emana das profundezas do meu SER, parecendo que me encontro em um labirinto daqueles, que achamos nunca mais encontrarmos a saída.

Por um momento apenas, penso... Será que estou perdida? Logo, percebo uma voz dos nossos mais velhos, melhor dizendo, a voz daquela que foi a grande responsável por hoje eu ser o que realmente sou, por ter a consciência de onde viemos, quem somos, e para onde vamos.
Nessa absoluta certeza, é que convido a todos para uma reflexão profunda, dos acontecimentos relacionados com nós Povos Indígenas Brasileiros.

Diante de tais circunstâncias não podemos mais nos calar, ser omissos, ou tratar os nossos assuntos de maneira isolada, é preciso tornar nossa voz uníssona, em busca da verdadeira Democracia, Liberdade e Justiça.

Precisamos formar uma aliança, uma união consistente entre todos os POVOS INDÍGENAS existentes, para lutarmos contra a exclusão a que temos sido relegados por tanto tempo. Precisamos nos unir também, com todas as classes excluídas não indígenas, mas que são brasileiras e se sentem fora do contexto.

Chamar atenção de toda sociedade civil para que nos percebam e entendam nossa luta, todos os homens de bem existentes.

Hoje elogiam a cultura africana, mas desqualificam ou desconhecem as culturas indígenas atuais. Preferem ver os índios nos museus, ou como figura decorativa rtesanal, porque para eles somos o passado, o velho, ou até mesmo uma ameaça, quando ainda nos chamam de selvagens.

Precisamos lutar pela nossa dignidade, mostramos que não precisamos do PODER, que tanto corrompe e mata a humanidade, mas sim de sermos incluídos e respeitados como verdadeiramente somos. Os primeiros Povos a povoar este território.

Precisamos mostrar ao então Presidente do Brasil, que para ele sair no mundo afora pregando uma política de união e reparação é preciso primeiro UNIR e REPARAR à sua Nação.

Mostrarmos também, ao Presidente da FUNAI, que ao invés de sair em busca de outros Povos, ou outras culturas, fora do nosso território, que primeiro ele mostre ao mundo, que no Brasil existem mais de 200 etnias e 180 línguas faladas diferentes,e que somos ricos em pluralidade étnica e cultural, que apesar de todas as práticas de extermínio que sofremos até hoje, continuamos resistindo e existindo.

Parentes, e todos aqueles que se sentem excluídos fechem os olhos e ouvidos, não se iludam não se enganem mais. Cuidado com todo esse colorido, as cores são falsas, assim como as palavras deles, na primeira chuva desaparecerão, não são como as cores do arco-íris, que permanece fiel à sua origem.

União dos Povos Indígenas, em busca da Cidadania Plena (Democracia, Liberdade e Justiça).

Muito obrigada! Yakuy Tupinambá
(Indígena do povo Tupinambá de Olivença)
Auere!
Yakuy Tupinambá
yakuy@indiosonline.org.br