Artistas promovem show em homenagem a mãe Menininha
IALORIXÁ
Perla Ribeiro
Se mãe Menininha estivesse viva, o Gantois seria pequeno para abrigar o número de filhos-de-santo e admiradores que iriam festejar com ela os seus 113 anos. Tido como os cantores preferidos da ialorixá, provavelmente Maria Betânia e Caetano Veloso teriam imenso prazer de cantar só para ela. Na sua ausência, os santamarenses juntam as vozes de Gal Costa, Daniela Mercury, Jerônimo, Mariene de Castro e Márcia Short para cantar em louvor a terceira mãe-de-santo da linha sucessória do terreiro do Gantois. O show acontece no dia 10 de fevereiro e o palco da celebração será a Concha Acústica. Toda a renda dos ingressos será revertida para as ações sociais do terreiro.
Ainda em comemoração à data, os filhos da casa preparam uma série de palestras, o lançamento de um livro, um selo personalizado e um carimbo comemorativo. Além da celebração da data de nascimento, toda comunidade do Gantois também estará às voltas com os preparativos para os rituais de passagem dos 21 anos de morte da ialorixá. “No candomblé, com 21 anos encerra o ciclo de celebrações fúnebres.
História - Por maior que sejam as comemorações, para os seguidores elas ainda estão aquém do que Maria Escolástica da Conceição Nazaré, nome de batismo de mãe Menininha, merece. Tida como uma mulher de força inabalável, ela ficou consagrada no candomblé baiano por saber usar as palavras para vencer a resistência policial durante a perseguição aos terreiros de candomblé, por abrir as portas do Gantois para brancos e católicos, numa época em que atitudes como esta, eram vistas com estranhamento, e, acima de tudo, por conviver harmonicamente com o sincretismo. “No dia 10 de fevereiro, Deus agraciou ela com a vida e o 13 de agosto foi o dia da missão cumprida, quando Olorum chamou ela para junto dele”, diz a ialorixá Carmem.
Na qualidade de filha, Carmem acredita que, vindo de sua boca, os adjetivos podem parecer suspeitos, mas no fundo o que ela diz só verbaliza o sentimento coletivo. “Ela foi uma pessoa singular. Dócil, meiga, dedicada, procurou servir e ajudar a todos, sempre cumpria com suas obrigações, soube cumprir bem o seu papel”, sintetiza. Não era à toa que Jorge Amado, Dorival Caymi, Vinícius de Moraes sempre que podiam iam consultá-la.
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PROGRAMAÇÃO
08/02 - Terreiro do Gantois, a partir das 18h
Palestra com Francisco Senna
Lançamento do livro Mãe Menininha do Gantois, uma biografia
09/02 - Terreiro do Gantois, a partir das 18h
Lançamento do selo personalizado e carimbo comemorativo (com imagem de Mãe Meninha)
Mesa-redonda com o tema: Mãe Menininha - Mulher Oxum
10/02
Show na Concha Acústica, às 18h
Aqui Salvador, Correio da Bahia, 01.02.2007
http://www.correiodabahia.com.br/aquisalvador/
noticia_impressao.asp?codigo=121649
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