Wednesday, January 31, 2007

Negro estanca na escala social, diz estudo

Brasília, 30/01/2007

Em 30 anos, proporção de pretos e pardos nos diferentes estratos de renda permaneceu praticamente estável, aponta Centro de Pobreza
Crédito: SEPPIR/Divulgação
da PrimaPagina

A participação dos brasileiros de cor preta e parda nos diferentes estratos de renda permaneceu praticamente estável nos últimos 30 anos, o que indica que é pequena a mobilidade social desse grupo no Brasil, aponta um estudo do Centro Internacional de Pobreza — um braço do PNUD mantido em Brasília com apoio do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).

“A posição socioeconômica dos negros tem permanecido notavelmente estável e previsível em um longo período de tempo. Se a raça não tivesse permanecido de fato um importante determinante da posição socioeconômica, era de se esperar que os não-brancos tivessem, enquanto grupo, uma mobilidade ascendente maior, mesmo que vagarosamente, nos últimos 30 anos”, afirma o pesquisador Rafael Guerreiro Osório, autor do estudo, no artigo intitulado Tem havido mobilidade social entre os não-brancos no Brasil?.

O trabalho comparou a renda per capita de brancos e não-brancos entre 1976 e 2005, a partir de dados da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra por Domicílios). A população total do país foi dividida em 20 partes iguais, dos 5% mais pobres até os 5% mais ricos. Para cada um dos anos entre 1976 e 2005, o estudo calculou as chances de uma pessoa de cor preta ou parda estar em cada um dos estratos de renda. O resultado mostrou que, quanto menor a faixa de renda, maior a proporção de negros.

Além disso, houve uma variação muito pequena em todos os 20 grupos: entre os pobres, a classe média e os ricos, a proporção dos pretos e pardos permaneceu praticamente estável nos últimos 30 anos, apesar das mudanças ocorridas na sociedade durante esse período. Como ao longo de todo o período a tendência se manteve, é possível prever que ela pouco se altere nos próximos anos, afirma Osório.

http://www.pnud.org.br/raca/reportagens/index.php?id01=2559&lay=rac
Renata Lira
Advogada
Justiça Global


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