Monday, January 29, 2007

Campanha Guarani Kaiowá

*Entidades lançam campanha de ajuda humanitária ao povo Guarani Kaiowá*

Entidades ligadas à CMS (Coordenação dos Movimentos Sociais) lançam neste sábado (27), campanha de ajuda humanitária aos Guarani Kaiowá acampados às margens da BR-289, próximo ao município de Coronel Sapucaia (MS).

O ato de lançamento da campanha acontece no centro de Campo Grande, na Rua Barão do Rio Branco, em frente ao Bar do Zé, das 9 às 11 horas. Na ocasião serão distribuídos panfletos falando sobre a situação dos indígenas e divulgados os locais para a entrega das doações. Serão arrecadados alimentos, roupas e utensílios domésticos.

*O Caso*

**No dia 3 de janeiro de 2007, cerca de 36 famílias Guarani Kaiowá retomaram a terra indígena Kurusu Ambá, hoje ocupada pela fazenda Madama. No dia 9 de janeiro milícias armadas contratadas por fazendeiros expulsaram os indígenas da área e queimaram todos os seus pertences.

A ação violenta resultou na morte de Xuretê Lopes, de 73 anos, no ferimento de Valdeci Ximenes, com três tiros e no desaparecimento de Anatalino, de 14 anos.

No dia anterior à expulsão ,quatro indígenas foram presos acusados de terem roubado um trator da fazenda Madama "Foi uma armadilha para criminalizar nossos parentes", denuncia Ortiz Lopes. Ele conta que um fazendeiro colocou o trator a disposição dos índios, e quando quatro deles saíram no veículo para buscar comida foram abordados por policiais e fazendeiros e levados para delegacia.

*Visita*

No dia 20 de janeiro representantes de entidades ligadas à CMS visitaram a área onde os indígenas estão acampados. Encontraram falta de infra-estrutura, panelas vazias, famílias sem ter o que vestir. A falta de alimentos é agravada ainda pelo fim do programa estadual Segurança Alimentar, que distribuía cesta básica à população, inclusive indígena, e que foi suspenso pelo novo governo.

Durante a visita, entidades ouviram o apelo dos indígenas e decidiram lançar uma campanha de ajuda humanitária.

Porém, mais que arrecadar alimentos, roupas e utensílios, a campanha quer mostrar para a sociedade que não há como resolver o problema dos povos indígenas do Estado sem que haja demarcação de suas terras. Dados do Cimi (Conselho Indigenista Missionário) revelam que Mato Grosso do Sul possui o pior índice de terra demarcada do país.


Daniela Villas Boas
Assessoria de Impresa CDDH

Informações: 9922-7181/ 9629-4919

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