Saturday, January 20, 2007

‘É preciso aumentar a união de idéias do povo negro’

KURT L. SCHMOKE/‘É preciso aumentar a união de idéias do povo negro’

Pingue-pongue

Aos 57 anos, o advogado americano Kurt L. Schmoke é conhecido na comunidade negra internacional como um homem de sucesso. Formado pela respeitada universidade de Yale e Oxford, foi o primeiro prefeito negro eleito da cidade de Baltimore. Nesse período, desenvolveu políticas inovadoras nas áreas de habitação, educação e saúde pública, especialmente na redução de danos para dependentes químicos. Numa cidade com 55% de negros, Schmoke não teve medo de parecer segregacionista e desenvolveu muitas ações pela comunidade afrodescentente, que o elegeu mais duas vezes. Deixada a carreira política, passou a ocupar, em 2003, a cadeira de reitor da Escola de Direito da Universidade de Howard, que formou muitos negros enquanto os Estados Unidos viviam seu próprio apartheid. À frente da escola, continua trabalhando para criar mais líderes negros que se espalhem pelo mundo. Shmocke não fala de um poder agressivo, mas cobra atitudes. Sobre a situação dos negros no Brasil, o advogado acredita que falta reconhecermos que há um problema. “Se você achar que as coisas não estão tão ruins, não vai tomar uma decisão firme de mudança”.

Ana Carolina Araújo

Correio da Bahia - O senhor acredita no black power (poder negro)?

Kurt Schmoker - Para algumas pessoas, o poder negro é uma forma de se sentirem melhores e mais fortes mas, para outras, o termo significa divisão e as aborrece, se sentem ameaçadas. Meus alunos, que têm de 22 a 26 anos, fizeram este ano uma conferência na faculdade com o título O que é negro?. Eu achei muito interessante porque eu não tive isso há 35 anos. Para eles, parte da comunidade ainda precisa aprender a ver o negro de uma maneira mais positiva e forte, mesmo que algumas pessoas pensem nisso como uma divisão. Foram diferentes reações sobre o evento, mas eu acho que num país de diversidade racial, é preciso mandar a mensagem black is beautiful (negro é lindo), e não algo negativo. É preciso balancear e deixar claro que não se está tentando dividir ninguém, mas associar coisas positivas ao fato de ser negro.

Leia a entrevista completa em...

Aqui Salvador, Correio da Bahia, 20.01.2007
www.correiodabahia.com.br

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