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Quilombos News Berlin, Clipings e "notícias" sobre afro-brasileiros e indígenas. Ras Adauto Berlin.
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Encerrado o julgamento do livro de Edir Macedo |
Publicado em 25 de Setembro de 2006, às 20:35 |
A 6ª Turma do TRF da 1ª Região decidiu, por maioria, pela continuidade de circulação da obra de autoria do Bispo Edir Macedo, da Igreja Universal do Reino de Deus, intitulada "Orixás, Caboclos e Guias, deuses ou demônios?", até julgamento da ação principal no juízo de 1ª instância. Decisão liminar de 1ª instância havia determinado a retirada de circulação, a suspensão de tiragem, venda, revenda e entrega gratuita do livro, o que foi confirmado, também liminarmente, pelo Desembargador Federal do TRF, Souza Prudente. De acordo com os argumentos do Ministério Público, o livro apresenta de forma categórica uma disseminação de idéias discriminatórias de cunho religioso, ultrapassando os lindes da liberdade de expressão. A obra, alegou o Ministério Público, estaria a lesar, dado o conteúdo do escrito, direito dos adeptos das religiões afro-brasileiras e da sociedade como um todo, transmitindo mensagens preconceituosas, além de estimular a intolerância religiosa dos seguidores da congregação dirigida pelo autor do livro em relação aos que se dedicam às mencionadas crenças. O livro, ainda de acordo com a acusação, incita à discriminação, transmitindo a idéia de que as práticas religiosas de matriz africana seriam condenadas pelo texto bíblico e de que seus adeptos somente teriam salvação se mudassem de credo. No julgamento de hoje, a Turma entendeu que a obra, de fato, contem expressões e mensagens preconceituosas, mas que deve prevalecer a liberdade de pensamento aventada pelo artigo 5º da Constituição. O magistrado Leão Aparecido, relator para acórdão, lembrou que a questão suscita um descompasso entre artigos da constituição - enquanto se defende a liberdade de expressão e se proíbem apologias de cunho racial ou religioso - contudo, o autor tem o direito garantido pela Constituição de expressar seu pensamento e, ademais, a obra está restrita a um grupo de interessados, ligados àquela profecia de fé. A decisão também se reportou ao fato de a obra já circular desde a década de 80, o que afastaria, na hipótese, o perigo na demora de se decidir, podendo aguardar a sentença de 1º grau.
Agravo de Instrumento 2005.01.00.069605-8
Marília Maciel Costa
Assessoria de Comunicação Social Tribunal Regional Federal da 1ª Região http://www.trf1.gov.br/sitetrf1/conteudo/detalharConteudo.do;jsessionid= 6B857317172FFD4A16A2EDDA7AA6095B?conteudo=904&canal=2 |
O primeiro livro lançado, ¨Orixás, Caboclos & Guias: Deuses ou Demônios?¨, do Bispo Macedo, já está alcançado a marca de três milhões de exemplares. É, sem dúvida, o campeão de tiragem de todos os livros evangélicos já publicados no Brasil. Envolvente e arrebatador, denuncia as manobras satânicas através das práticas de macumbaria e feitiçaria. Em suas páginas são reveladas as verdadeiras intenções dos demônios. O livro ensina que a solução para se libertar da opressão dos encostos é aceitar ao Senhor Jesus como Salvador e viver uma fé prática e constante na presença de Deus. ¨O livro nada mais é do que a pregação impressa, cujo crédito deve ser dado à ação do Espírito Santo na vida daquele que se coloca por instrumento nas mãos de Deus¨, declara o bispo Macedo. http://www.igrejauniversal.org.br/ler.asp?page=&sub=62&mat=454 |
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Na beira d´água
Comendo arroz
Bebendo água
Dois-dois me perguntaram:
Tio, cadê as balas e as cocadas?
Tem um dinherinho aí, Tio?
A rima feminina na tela
Por Alan de Faria
“Antônia”, novo filme de Tata Amaral, conta a trajetória de um grupo de rap formado apenas por mulheres
Pouco tempo atrás o movimento hip hop rompeu as barreiras da periferia e chegou aos centros e aos bairros mais ricos das grandes cidades brasileiras através de suas músicas, como “Diário de um Detento”, dos Racionais MC’s, e “Qual é”, de Marcelo D2. Agora será a vez de o cinema dar exibir essa cultura. No lugar, porém, de vozes masculinas em primeiro plano, serão as mulheres que ditarão o ritmo das rimas a cada cena de “Antônia”, o mais novo filme da diretora Tata Amaral.
“Antônia” vai contar a história de um grupo de quatro garotas da periferia de São Paulo que tentam sobreviver cantando rap. Para fazerem isso, elas lutam contra o preconceito e o machismo que existem dentro da cultura hip hop.
Tata conta que a idéia de um longa-metragem que abordasse a juventude da periferia surgiu em 1998, quando o jornalista Altair Moreira a convidou para realizar uma filme sobre a cena do hip hop no ABC. Em 2001, persistindo no mesmo tema, ela e Francisco César Filho dirigiram o videodocumentário “Vinte Dez”. Enquanto fazia o filme, Tata escreveu o primeiro tratamento de “Antônia”.
Não será a primeira vez que o hip hop estará nas telas do cinema brasileiro. No documentário “Fala Tu”, de Guilherme Coelho, e no longa “Como uma Onda no Ar”, de Helvécio Ratton, a realidade de quem vive da música rap foi mostrada direta ou indiretamente. Para Tata, o fato de os filmes terem em comum a periferia não quer dizer que sejam iguais. “Não me preocupo em diferenciar ‘Antônia’ de ‘Como uma onda no ar’ ou de ‘Fala Tu’, mas em fazer o filme que eu quero fazer, contar a história que eu quero contar, sem necessidade de ser definitiva”, diz.
As palavras certas do rap
Para “Antônia”, Tata Amaral, diferentemente dos outros filmes que realizou (os premiados “Um Céu de Estrelas” e “Através da Janela”), escolheu trabalhar basicamente com atores não-profissionais. “A escolha se deu, em primeiro lugar, por um desejo meu de trabalhar com improvisações. Depois que escrevi o primeiro tratamento e decidi que o filme iria tratar do universo musical, determinei que iria filmar com jovens músicos”, diz. Ela ainda conta que foi influenciada pelo trabalho feito no filme “Cidade de Deus”, de Fernando Meirelles, com atores iniciantes, que viviam em ambientes parecidos aos dos personagens.
Com esse objetivo, Tata foi atrás das palavras que poderiam resultar em uma boa rima para seu filme e escolheu Negra Li, Leilah Moreno, Cindy e Quelynah -meninas da cena hip hop brasileira- para serem as protagonistas de “Antônia”.
Negra Li, que vive a personagem Preta, diz que vai carregar para o resto da vida a experiência de atuar em um longa. “Participar de um filme era algo que eu sempre quis, mas que não pensava que ia acontecer tão cedo”, diz.
Quelynah (que faz a personagem Mayah, em homenagem à sua filha, no filme) nunca tinha pensado em fazer cinema. Já Leilah Moreno conta que ficou surpresa ao saber que havia sido selecionada para o papel de Bárbara. “Fui chamada para fazer o teste. Nem sabia o que era direito. Fiz testes para o papel durante três meses e fui passando, passando, até a Tata dizer que eu seria umas das quatro protagonistas.” Ela ainda diz que a família e os amigos só acreditaram que iria fazer um filme quando sua mãe também foi convidada para um teste e passou. “Minha mãe faz parte do coral da personagem da Sandra de Sá”, diz.
Tata revela que o seu modo de dirigir muda bastante pelo fato de trabalhar com atores não-profissionais. “Não dá para marcá-los como se fossem atores profissionais. No entanto, o trabalho de compressão, de construção, de apropriação, de vivência que todo ator deve fazer em relação aos personagens que encarnam é o mesmo.” As meninas estão juntas desde outubro de 2004, e Tata garante que já considera todas elas atrizes.
O rap canta a verdade
Pelo fato de elas pertencerem à cena hip hop e o filme narrar a história de meninas que buscam a realização profissional e pessoal no rap, Negra Li e companhia contam que, durante algumas cenas de “Antônia”, parecem estar representando as suas próprias vidas. “É quase uma autobiografia”, diz Negra Li. Para ela, a única diferença é que desde que entrou no movimento hip hop, há nove anos, não tinha convivido com mulheres.
Cindy, que interpreta Lena, pensa que sua personagem apresenta algumas características parecidas. “A Lena é aquela que sempre está levando a bandeira do canto falado e isso é algo que eu sempre faço.” Aliás, essa mistura realidade-ficção era uma das intenções da diretora: “A idéia foi trazer para o filme o frescor da realidade dos atores, encarnando personagens que têm muito a ver com sua trajetória”. Mas Tata pondera: “Não se pode esquecer que o filme é uma representação, não é um documentário, nem uma reportagem”.
Essa semelhança da vida real com a ficção, pelo menos no início, confundiu a cabeça de algumas atrizes do filme. Quelynah diz que realizou várias cenas em que ela parecia mais consigo mesma do que com a sua personagem, Mayah. “Até cheguei a pensar que estava desvirtuando as idéias, que estava interpretando errado, que estava misturando. Me perguntava: ‘estou sendo eu? Será que é para eu não ser eu?’.”
Outra dificuldade para Quelynah, que é cantora e bailarina, foi a câmera. Ela diz que “é difícil você estar com uma pessoa ao seu lado e ter que imaginar que essa pessoa não está lá. Tive dificuldade de não olhar para a câmera”.
Já para Negra Li uma cena em especial foi muito complicada: a de um beijo. “Foi um desafio bacana, mas foi uma experiência que fiz, olhei, não pretendo fazer mais”, diz. Por conta dessa cena, seu namorado terminou o relacionamento. Mas Negra Li já o reconquistou e os dois estão juntos novamente.
A personagem de Cindy também tem que beijar um cara, mas para ela isso não é problema algum. “É lógico que é difícil beijar uma pessoa que você não gosta, que você não ama, mas para dar vida à sua personagem você tem que fazer! Na hora, como um ‘plin’’, eu esqueço a Cindy e dou uma vida para a Lena.”
De acordo com Cindy, sua maior dificuldade é tornar verdadeiras situações pelas quais nunca passou na vida, como uma gravidez precoce (sua personagem fica grávida e tem que contar ao namorado). “Foi muito difícil, pois nunca passei por isso, mas foi muito prazeroso. Quando você termina de fazer a cena e vê a felicidade da Tata, é gratificante. É como se ganhasse o Oscar”, diz.
Paciência para compor
No último dia 4 de março, estive na Vila Brasilândia, zona norte da cidade de São Paulo, para acompanhar as filmagens de “Antônia”. Eram um pouco mais das dez da manhã, quando cheguei ao Centro Educacional Esportivo da Vila Brasilândia, um conjunto formado por um pequeno ginásio e uma quadra descoberta, onde as cenas do dia seriam gravadas.
Reunidos desde as primeiras horas da manhã, Tata, os atores e a equipe se preparavam para filmar a cena de um jogo de futebol entre jovens da comunidade. Além dos atores Ezequiel (Robinho) e Chico Andrade (Duda), alguns garotos da própria Brasilândia participaram da cena como figurantes.
Júlia Campos, produtora de figurantes do filme e moradora da Vila Brasilândia, conta que “o pessoal do bairro tem tratado a equipe de filmagem com enorme respeito”. Tata confirma: “A receptividade tem sido maravilhosa. A Brasilândia é muito acolhedora”.
À uma hora da tarde, a equipe e os atores decidiram almoçar. Era apenas uma pausa, pois uma outra cena ainda precisava ser gravada. Em duas vans, foram todos para a base operacional do filme, localizada a uns dez minutos do Centro Esportivo da Brasilândia. Lá, foi servido o almoço.
Nesse momento, todos se misturavam. Atores, a diretora Tata Amaral, a produção do filme, assistentes e estagiários sentavam juntos em uma garagem e se alimentavam de carne, macarrão, salada, arroz e feijão. Alguns moradores da Brasilândia passavam e cumprimentavam a equipe.
Entre essas pessoas, estava a mãe de Negra Li, moradora da Brasilândia, que nessas semanas de gravação tinha ganhado três hóspedes: Leilah, Quelynah e Cindy passaram a morar em sua casa. “A produção tinha pensado em deixar as meninas em um hotel, mas aqui na Brasilândia não tem. Então, meu irmão e eu demos a idéia de as meninas ficarem em um cômodo que estou montando em casa, mas que está sem móveis ainda. A produção arranjou beliches e elas estão ficando por lá”, conta Negra Li, que está curtindo a companhia das companheiras de filme.
Duas e meia da tarde, todos voltaram para o Centro Esportivo da Brasilândia. Era a hora de filmar a última cena do dia: o ensaio das meninas do grupo dentro do ginásio. Enquanto a equipe arrumava o cenário e ajustava a câmera e o som direto, Negra Li e Cindy se maquiavam, Leilah se concentrava e Quelynah brincava com a menina Nathalie Lourenço, de quatro anos, que interpreta a filha de Negra Li em “Antônia”.
Cenário arrumado, equipe em seus lugares, três horas da tarde. Tata começa a dizer às meninas onde devem se posicionar e para onde devem ir no decorrer da cena. O primeiro “som, câmera, ação” da tarde é dito. Mas Tata quer repetir a cena e pede atenção para as meninas não falarem ao mesmo tempo.
Alguns outros problemas fazem com que a gravação seja interrompida. O filme da câmera é trocado, nuvens tampam a luz do sol, necessária para a cena, e o barulho externo, provocado por um jogo de futebol na quadra, atrapalha a captação de som dentro do ginásio.
Tudo é feito com muito cuidado e nada passa despercebido: desde um objeto que não faz parte da cena até a ação de uma das atrizes que não seria captada, mas que foi percebida pela diretora e passa a ser focalizada pela câmera. Definitivamente, o cinema é a arte da espera e da observação.
PS: Além de Negra Li, Quelynah, Leilah Moreno e Cindy, “Antônia” tem no elenco Sandra de Sá, Thaíde, Thobias da Vai- Vai, Kamau, Chico Andrade, Ezequiel, Macário, entres outros. O diretor de fotografia é Jacob Samento Solitrenick. A montagem está a cargo de Idê Lacreta. O filme conta ainda com Rafael Ronconi (direção de arte) e Sérgio Penna (preparação de elenco), entre outros. A data de estréia do filme ainda não está definida.
link-se
Tata Amaral entrevista Fernando Meirelles - http://p.php.uol.com.br/tropico/html/textos/1605,1.shl
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Alan de Faria Ministério da Justiça Recebe da FUNAI Parecer Favorável aos Índios de Aracruz/ES
Por RESISTÊNCIA INDÍGENA - 13/09/2006 às 22:45
O Ministério da Justiça recebeu da FUNAI (Fundação Nacional do Indio), no final da tarde de ontem (13), um parecer favorável à demarcação como terra indígena de uma área de 11 mil hectares, invadida e ocupada pela empresa Aracruz Celulose desde a década de 60, no Norte do Espírito Santo. Com a emissão do parecer para a fundação, cabe ao Minitério da Justiça analisar o processo e decretar ou não a demarcação em favor dos/as indígenas.
Nesta manhã de quarta-feira, cerca de 200 indígenas estiveram reunidos na área demarcada, a fim de decidir se vão ou não continuar com as manifestações e a demarcação das terras. As ações começaram há uma semana. Foram derrubados e queimados eucaliptos da empresa com objetivo de cobrar da FUNAI e do Ministério da Justiça o máximo de rapidez na edição da portaria de demarcação da área, encerrando a disputa pela terra com a Aracruz Celulose, que já dura mais de 35 anos.
A Aracruz Celulose reagiu publicamente às ações, afirmando ter certeza de que as terras são sua propriedade. O porta-voz da empresa, Gessé Marques, chegou a afirmar em canal de televisão que "os índios não são índios", ou seja, que não têm direitos a ocupar e reivindicar uma terra indígena. A empresa, na contestação apresentada no dia 20 de julho à FUNAI, sugere que a área em questão nunca foi habitada pelos Tupiniquim. A empresa afirma que os "supostos" Tupiniquim seriam já "aculturados", por possuírem título eleitoral e não falarem sua língua original. Em relação aos Guaranis, a Aracruz Celulose afirma que eles simplesmente não seriam da região, jogando fora toda a situação histórica que levaram-os a caminhar até a região do município de Aracruz, ainda antes da invasão da empresa em 1967.
[LEIA MAIS:] Funai entrega parecer, mas MJ não tem previsão para assinar portaria | TUPINIKIM/GUARANI CONTINUAM AÇÕES PELA TERRA EM ARACRUZ/ES
CAPOEIRA SENZALA BERLIN e.V. Verein für Capoeira und Afro Brasilianische Kultur
Contra-Mestre Caracu and Capoeira Senzala Berlin e.V. are pleased to be able to invite you, Capoeiristas and friends of the afro-brazilian culture and popular arts to the 4th revised edition of the
4 th International Capoeira October Meeting Berlin 06
MAX SCHMELING HALLE BERLIN 27.28.29 oct 2006
Masters, teachers, students and Friends from all over Europe and Brazil already confirmed their participation!
The Object of the Event is to promote multicultural integration as well as to broaden the knowledge of Capoeira, Samba and Maculêlê - essential elements of the popular afro-brazilian culture which developed and survived throughout brazilian history. Starting out from your experiences and knowledge, the acquaintance with afro-brazilian popular culture should contribute to attain a new perception of black forms of expression, values and traditions.
Robson Ramos (Caracu)
Berlin OstZonePrenzberg 10439
Production and Search Director
Capoeira Senzala Berlin e.V. Association
M.A.CU.M.B.A BERLIN PARTY °O
www.capoeira-senzala.de macumba.berlin@web.de
+49(0) 1722192581 Afro-Brazilian Culture
Max Schmeling Halle Berlin http://www.max-schmeling-halle.de/
Quando o meu povo
Não passar mais nenhuma necessidade
Nem suas crianças não chorarem
Mais de barriga vazia
E seus pais desesperados
Sem saberem o que fazer
Quando os meus jovens
Não forem mais assassinados
Num beco qualquer de uma favela
Ou num tiroteio intenso
Em plena avenida central
Ou não forem mais humilhados
por essa Polícia brasileira bandida
Quando a cor de minha pele
Não incomodar ninguém nas ruas
Ou na entrada de qualquer
Prédio ou edifício da cidade
Quando eu entrar em um banco
Ou em um supermercado
Como qualquer cidadão comum
E os seguranças não me olharem
Com aqueles olhos desconfiados
E prestes a atirar em mim
Quando todo o meu povo
Poder dormir em paz
E terem todos os seus sentidos
Satisfeitos e em boa saúde
Aí sim ficarei calmo
E poderei ir jogar biriba
Com meus vizinhos
tranqüilamente
E se eles forem brancos ou não
Isso não terá para mim
Mais nenhuma importância
Ras Adauto Berlin
23.09.2006
Aida dos Santos
Revista - Movimento Olimpico
Jogos Olímpicos de 1964. A carioca Aída dos Santos chega a cidade de Tóquio como a única integrante da delegação brasileira de atletismo, vaga garantida com o índice de 1.65 m conquistado no salto em altura. Sem técnico ou material adequado, a atleta observando suas concorrentes cercadas de cuidados, com psicólogos, treinadores e fisioterapeutas, torce o pé, mas mesmo assim, alcança a marca de 1.70 m. Garantida em as melhores do mundo, Aída supera a dor e a emoção, passa o sarrafo a 1.74 m e termina a competição em quarto lugar. Pela primeira vez na história dos Jogos Olímpicos, uma brasileira fica a milímetros do pódium.
Nos momentos da sua participação na prova do salto em altura, Aída dos Santos usava sapatilhas de velocista e bota de gesso preparada por um médico cubano. Tinha almoçado chuchu com camarão e estava sozinha no estádio olímpico. A dor no pé era grande mas estava muito motivada e foi ultrapassando o sarrafo sem problemas até a marca de 1.74 m. Aída estava vivendo um sonho e não teve condições emocionais para passar para 1.76 m, marca que lhe daria a medalha de bronze.
A carreira de Aída dos Santos começou acidentalmente, em 1958. Aos 19 anos de idade, a jovem esguia participava empolgada de competições de volei e basquete em Niterói, e nunca tinha dado muita atenção ao atletismo. Naquela época costumava encontrar algumas amigas para jogar voleibol no Estádio Caio Martins. Um dia, uma amiga que a levava de bicicleta e treinava atletismo, disse que a levaria de volta se ela participasse do treinamento. Para não perder a carona, Aída resolveu tentar o salto em altura. Saltou 1.45 m. igualando o recorde brasileiro.
Mesmo contra vontade do pai, ela começou a treinar e, depois de algumas confusões, muitas broncas até uma surra, Aída acabou integrando na equipe do Vasco da Gama. Apesar de estudar educação física e trabalhar em um Banco estadual, ainda encontrava tempo para se aprimorar e se destacar como uma das melhores atletas do país. Por várias vezes foi campeã estadual, brasileira e sul-americana. Aída também disputou as Olimpíadas no México, onde sofreu uma distensão, mas conquistou suas medalhas mais importantes com um terceiro lugar na prova do pentatlo nos Jogos Pan-Americanos de Winnipeg, Canadá em 1967 e, de Calí na Colômbia, em 1971.
Consciente das dificuldades pelas quais passavam os atletas brasileiros na preparação e disputa de competições internacionais, Aída sempre fez questão de expor suas idéias e lutar por melhores condições de treinamento. Sua franqueza, porém, acabou fazendo com que alguns dirigentes a prejudicassem em momentos importantes. Professora titular da cadeira de Educação Física na Universidade Federação Fluminense desde de 1975 e diretoria de atletismo do Botafogo, Aída dos Santos foi homenageada com a inauguração, em 1995, da pista de atletismo da UFF, batizada com seu nome.
Julgamento de livro polêmico de Edir Macedo vai ser transmitido on line pela Internet |
Publicado em 22 de Setembro de 2006, às 18:48 |
A 6ª Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região julgará nesta segunda-feira, dia 25, processo que trata da permissão ou não para circulação da obra "Orixás, Caboclos e Guias, deuses ou demônios?", de autoria do bispo Edir Macedo da Igreja Universal do Reino de Deus. O julgamento ocorrerá às 14 horas na sala do plenário do TRF, no setor de Autarquia Sul, quadra 2, Praça dos Tribunais em Brasília, e também será transmitido, ao vivo, via internet, pelo site www.trf1.gov.br. |
Rio - A 6ª Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região julgará nesta segunda-feira processo que trata da permissão ou não para circulação da obra "Orixás, Caboclos e Guias, deuses ou demônios?", de autoria do bispo Edir Macedo da Igreja Universal do Reino de Deus. O julgamento será transmitido, ao vivo, via internet, pelo site www.trf1.gov.br.
O relator do processo, Desembargador Federal Souza Prudente, indeferiu liminar solicitada pela Igreja Universal do Reino de Deus e manteve a decisão da juíza federal de 1ª instância. Esta determinava "a imediata retirada de circulação, suspensão de tiragem, venda, revenda e entrega gratuita da obra "Orixás, Caboclos e Guias, deuses ou demônios?", de autoria de Edir Macedo, bem como o recolhimento de todos os exemplares existentes em estoque, no prazo de 30 dias, sob pena de incursão em multa diária fixada no valor de R$ 50.000,00 (cinqüenta mil reais), em caso de descumprimento, além das sanções cíveis e criminais cabíveis na espécie.
A decisão foi respaldada na defesa do direito à liberdade de consciência e de crença dos adeptos das religiões de matriz africana (Candomblé, Umbanda, Quinbamda e outros cultos afro-brasileiros), do direito à coexistência social pacífica da diversidade de credos e do patrimônio cultural nacional, pugnando pela preservação da cláusula constitucional que garante o direito fundamental à adoção de qualquer religião ou de nenhuma, à livre manifestação da consciência e ao exercício público ou privado de crença, sem o desrespeito por parte das demais religiões disseminadas no Brasil.
http://odia.terra.com.br/brasil/htm/geral_58164.asp