Homem Branco Homem Negro - Carlos Paca no Teatro Aberto
26/01/2006

A peça Homem Branco Homem Negro conta apenas com dois actores. Um deles é o angolano Carlos Paca, que está entre os mais convidados do mercado português. «Quero desmistificar a ideia de que os africanos não têm responsabilidade»,afirma.

PEÇA DE JAIME ROCHA QUESTIONA A REALIDADE

A Peça ?Homem Branco Homem Negro? foi distinguida em 2004 com o Grande Prémio do Teatro da Sociedade Portuguesa de Autores e do Teatro Aberto, em Março de 2005 foi trabalhada num workshop de tradução com tradutores da Alemanha, da Roménia e da Hungria. Em Maio foi apresentada em tradução alemã de Marianne Gareis no festival de Mulheim e discutida com o público presente.

O autor considera o racismo é um tema que o tem preocupado «sobretudo nos últimos anos, «como é um tema complicado decidi ter só duas personagens, uma peça com uma história e uma mensagem claras, indo directamente ao tema e pela primeira vez, fiz ma peça com um tema muito próximo de nós, daquilo que estamos a viver, muito contemporâneo, com um dialogo muito aberto».

Para Jaime Rocha, «uma das perguntas que queria colocar é como é possível ser amigo, como é possível as diferenças viverem lado a lado, num mundo racista e cheio de preconceitos? E precisa «Vejo o teatro como uma porta que se abre para falarmos de coisas de que temos medo, vergonha, coisas de que nos aborrece falar, que nos fazem querer passar ao lado, o teatro dá uma espécie de material a partir daí se discutir o tema e logo, porque as pessoas se confrontam ali com o mundo real. Hoje já não é só reflectir, é não falar. É dizer: Isso não existe, isso é lá noutros países, para o nosso sossego e bem estar psicológico essas coisas não existem, o teatro fala sobre isso, e cria um bem estar interior à pessoa, podemos falar sobre aquilo porque é uma ilusão, é como se não fosse real. No teatro é mesmo ali, são pessoas que ali estão, é um momento de vibração única.

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Fonte: Milonga, Nós pra Cá: http://www.nexus.ao/milonga/ver.cfm?m_id=17083