Tuesday, August 15, 2006

Candeia



Caricatura: Mário Tarciano
http://www.samba-choro.com.br/s-c/candeia.html
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A eterna chama de Candeia

Cesar Tartaglia
- 12/8/2006 - 10:42


No dia 16 de novembro de 1978, o samba - vamos ser mais precisos, o Brasil, a MPB - perdia Antônio Candeia Filho. Ele tinha parcos 43 anos de idade, mas uma vida imensa dedicada à cultura popular, aquela autêntica, que se enraizou no dia-a-dia do país, que entrou na alma do brasileiro, e que hoje, não poucas vezes, costuma ser citada com certo ar de desdém. Tipo assim: quem vive de saudade é florista de porta de cemitério, hoje os tempos são outros, não dá para ficar no passado e outros nhem-nhem-nhéns que saem da boca de quem defende o lixo como parâmetro para nossa cultura.

Candeia foi uma das primeiras consciências críticas do samba. Em dezembro de 75, fundou o Grêmio Recreativo de Arte Negra Escola de Samba Quilombo, com portelenses de tão boa cepa como ele - e bota aí gente do quilate de Paulinho da Viola, Elton Medeiros, Jorge Coutinho, Guilherme de Brito e Monarco. A agremiação nasceu com propósitos que eram a própria vida de Candeia: ressaltar a importância da arte negra na formação da identidade nacional e chamar atenção para o já então crescente processo de comercialização das escolas de samba.

O Quilombo ainda existe/resiste, em frente à estação do metrô em Acari, hoje sob o comando do ator Jorge Coutinho. E é nele que no próximo dia 19 sambistas que herdaram do grande compositor a disposição de fazer da sua arte um estandarte em defesa da cultura brasileira se reunirão para reverenciar seus 71 anos de nascimento. Com Monarco à frente, os sambistas farão o show "Antônio Candeia - A chama não se apagou". Coisa para quem é do ramo - ou, como diria Dudu Nobre, uma roda de samba onde o cerol passa fininho...

Fonte: No Front do Rio
http://oglobo.globo.com/blogs/frontdorio/Default.asp

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