Thursday, July 20, 2006

Hakers Neonazis atacam imprensa negra

Edição Extraordinária

Novo ataque do racismo tira Afropress do ar

S. Paulo - A Afropress - Agência Afroétnica de Notícias (www.afropress.com) -foi mais uma vez atacada e tirada do ar por bandos nazi-racistas. De acordo com o Suporte Técnico da Rede de Informações do Terceiro Setor (Rede Rits), os ataques desta vez partem de dentro do país.

No Comunicado enviado a Redação de Afropress, por volta das 16h43, o gerente da Rede Rits, Rodrigo Afonso, avisa:

"Caro Dojival,
Novamente iniciaram-se os ataques ao site da Afropress e a única
solução, como já lhe informamos, é o bloqueio ao site temporariamente
até que os ataques cessem. Estamos monitorando e assim que os ataques
diminuirem vamos re-abrindo o acesso.
Certo de sua compreensão,"

Desde que começou a operar em tempo real, há cerca de um ano, a Afropress vem sendo sistematicamente atacada por grupos nazi-racistas. Por quatro vezes, como agora, esses grupos provocaram a retirada da página do ar.

O editor da Afropress, jornalista Dojival Vieira, entrou em contato com o procurador do Ministério Público Federal Sérgio Suiama, que conduz as investigações para identificar os responsáveis pelos ataques. "Se o Estado brasileiro declara-se impotente para me garantir direitos previstos na Constituição - como o direito à liderdade de expressão, direito à comunicação e ao trabalho - e com todo o aparato que dispõe não é capaz de identificar quem nos ataca e ameaça, onde vamos parar?", pergunta.

O jornalista declara-se cansado da retórica de órgãos oficiais, como a Seppir, por exemplo, que chegou a discutir o "Caso Afropress" numa Conferência sobre Crimes na Internet, em Genebra, mas que jamais apoiou efetivamente o veículo.

O novo ataque acontece dias depois da Justiça de Brasília marcar o interrogatório do estudante Marcelo Valle Silveira Mello, do Curso de Letras da UnB, responsável pelos primeiros ataques a Afropress, e que está sendo processo criminalmente, denunciado pelo Ministério Público do Distrito Federal. O interrogatório está marcado para o dia 09 de agosto, às 14h, no Fórum de Brasília, e reabre o processo suspenso desde 23 de janeiro, quando o réu entrou com incidente alegando insanidade mental.

O jornalista lembra que, há mais de dois meses foi entregue dossiê a Secretaria Nacional dos Direitos Humanos e a Comissão dos Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, com o relato dos ataques e das ameaças. Não foram respondidos pelos responsáveis. "Quem silencia neste caso é cúmplice", afirmou.

Dojival agradeceu a solidariedade ativa de milhares de pessoas do Brasil e do exterior que tem repudiado os ataques a Afropress e prometeu: "Não vamos recuar um mílimetro. Vamos continuar cobrando das autoridades o que a Constituição e as Leis nos asseguram. O racismo não passará. Derrotaremos os bandos racistas que nos atacam. Venceremos!", afirmou.

S. Paulo, 19/07/2006 - A Redação de Afropress - Agência Afroétnica de Notícias (www.afropress.com)

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