Monday, November 06, 2006

De como um duende do Xingu foi bater asas na Bahia...


- De como um duende do Xingu foi bater asas na Bahia...
Caetano Veloso admite: gravou música dos índios do Xingu em 1975 e não deu crédito. "É um procedimento usual, desde a música clássica européia, utilizarem-se temas, muitas vezes anônimos, na composição de peças elaboradas", respondeu, por e-mail, à Radiola



Por Valdir Zwetsch

No começo dos anos 70, estive algumas vezes a trabalho no Parque Nacional do Xingu. Como todos os “brancos”, ou “civilizados” que passam por lá, fiquei encantado – não só com a grandeza humana e cultural das nações xinguanas, mas também pelo privilégio de conhecer dois dos melhores exemplares do povo brasileiro que já cruzei na vida, Orlando e Claudio Villas Bôas.
Foi Orlando, com seu jeito simples e meio xucro, quem me mostrou pela primeira vez aquele que era um dos orgulhos do trabalho de documentação que eles vinham fazendo da cultura indígena brasileira: um disco de vinil (“lp”), lançado pela Philips em 1972, chamado “Xingu – Cantos e Ritmos”.
Ali estão, gravados in loco, ao vivo, sem nenhuma sofisticação, momentos grandiosos da música ritual que os índios criam usando basicamente a voz, as mãos, os pés, chocalhos e suas flautas primitivas.
Orlando me alertou para uma música em especial, lado B, faixa 11, “Flauta Juruna – Duende – Baixo Xingu”.
– Escuta isso! Não parece jazz? – dizia o sertanista, em sua simplicidade.

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E não é que parece jazz mesmo?

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E aqui cabe um parêntesis: os juruna, antes do contato com os brancos, eram uma das tribos mais temidas do Xingu. Guerreiros, fortes, de pouca conversa.
Incrível como um índio daqueles conseguia tocar sua flautinha com tanta delicadeza, dando conta de um tema de harmonia complexa com tanta simplicidade...

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Leia a interessante matéria completa em:
http://www.radiolaurbana.com.br/index.asp?Fuseaction=
Conteudo&ParentID=13&Menu=13&Materia=95

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